O ápice da carreira política de Michel Temer foi a vice-presidência da República nos dois governos Dilma.
Ele pode julgar pouco, pode achar que os deuses lhe foram injustos, que mereceria um prêmio maior.
Afinal, provavelmente ele pensa assim, tantos com tão menos lustro intelectual que ele foram mais longe em suas vidas.
Itamar Franco, por exemplo, que herdou de Fernando Collor o trono presidencial.
Ou José Sarney, que fez as vezes de um Tancredo Neves que toda a nação aguardava como condutor civil do primeiro governo pós-ditadura.
Temer, porém, deveria pesar um pouco mais as suas ambições.
Tomar o lugar da presidenta Dilma, numa improvável hipótese de que esse ridículo processo de impeachment prospere, não se refletirá, porém, automaticamente, no enriquecimento da biografia política - e pessoal - do vice-presidente.
Ao contrário de Sarney e Itamar, ele não contará com o apoio irrestrito da população.
A resistência dos movimentos sociais e de classe, sindicatos, intelectualidade, estudantes, ou seja, de uma importante parcela da sociedade brasileira, será intensa ao golpe desferido contra a democracia.
E mesmo no Congresso ele não terá vida fácil - toda a esquerda se unirá contra o seu governo e certamente haverá defecções de parlamentares centristas ou da direita moderada para o lado democrático.
Fora isso, as consequências econômicas que virão de um país ainda mais conflagrado e dividido que hoje serão terríveis para a população.
Não é preciso ser nenhum gênio para prever um caos administrativo, acompanhado por um caos social e econômico.
Recuperar uma nação em tais condições é trabalho para mais de uma década.
A esta altura dos acontecimentos, nesta etapa da guerra que se trava pelo poder no Brasil, a verdade está longe de qualquer notícia estampada nos jornalões.
Temer pode estar simplesmente recolhido para refletir sobre seus futuros lances nesse intricado jogo de xadrez do qual faz parte.
E se lembrar que, contra o governo que integra, estão alinhadas figuras como Aécio Neves, FHC, José Serra, Jair Bolsonaro, José Agripino etc etc, que ele conhece bem e das quais não se pode esperar nenhum gesto de apoio incondicional, nenhuma ajuda descomprometida, nem mesmo a mais remota confiança de que, a qualquer momento, não façam com ele o que estão fazendo com a presidenta Dilma - e com o Brasil.
Motta
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