Todo mundo adora a Copa, até quem diz que é contra

Foto: Caio Vilela

Essa turma que joga contra a Copa do Mundo no Brasil me diverte.
Acho os argumentos que usam um primor.
De idiotice.
O mais surrado de todos é aquele que diz que com o dinheiro que o governo gasta com a Copa poderia construir um sem número de hospitais, escolas, estradas, casas, portos, aeroportos, usinas, metrôs, ferrovias, aeroportos, poderia, enfim, resolver quase todos os problemas seculares do país.
Claro que uma argumentação desse nível nem merece ser contestada, de tão imbecil que é.
O dinheiro dos estádios que estão sendo construídos vem, em grande parte, do BNDES, que criou uma linha de crédito especial para esse fim, com juros, prazos de pagamentos, exigência de garantias, tudo o que é de praxe numa operação bancária - sim, o BNDES é um banco, só que destinado a fomentar o investimento.

Como é uma operação bancária, o dinheiro emprestado para construtoras ou governos estaduais ou municipais voltará ao BNDES.
Ou você acha que a grana que você emprestou do Bradesco é sua, que o Bradesco não vai tê-la de volta, bem mais gorda?
Quanto às outras obras, principalmente as chamadas hoje de "mobilidade urbana", qualquer criança sabe de sua importância - menos, é claro, os "críticos" da Copa.
Se fosse um cínico, perguntaria a essas pessoas por que então o Brasil está essa porcaria toda que dizem que está se só organizou, em toda a sua história, apenas uma Copa do Mundo, no distante ano de 1950?
Será, perguntaria se fosse um cínico, que a malfadada Copa de 50 exauriu a tão ponto os recursos do país que depois dela não se pôde investir nada em nenhuma área?
Até hoje se "gastou" cerca de R$ 23 bilhões na Copa, de um total previsto para R$ 26 bilhões.
Estudo da consultoria Value Partners Brasil, recém-divulgado pelo Ministério do Esporte, calcula que a Copa do Mundo 2014 vai injetar R$ 183 bilhões na economia do Brasil até 2019, ou o correspondente a 0,4% do PIB ao ano.
É uma grana e tanto, bem mais que os R$ 26 bilhões "gastos" com o evento.
O mesmo estudo mostra que serão investidos R$ 33 bilhões em infraestrutura, R$ 5,7 bilhões na construção de estádios, R$ 11,6 bilhões em obras de mobilidade urbana, R$ 5,5 bilhões em aeroportos e portos, R$ 3,8 bilhões em telecomunicações e energia, R$ 4,6 bilhões em segurança e saúde e R$ 1,9 bilhão na reforma e construção de hotéis.
Mais dois números interessantes do documento: os turistas deverão deixar no país cerca de R$ 9,4 bilhões e cerca de 700 mil empregos diretos ou indiretos foram criados com a Copa.
Quem quiser mais detalhes que dê uma espiada no site copa2014.gov.br.
Acho que nem precisava escrever essa numeralha toda para enfatizar a importância da Copa do Mundo para o Brasil.
Isso é mais que evidente.
É óbvio que 99% desses que se dizem contra a Copa são, na verdade, contra o governo trabalhista que tirou o país do buraco.
Usam a Copa apenas como parte da luta política.
No fundo estão supercontentes com o evento, pois sem ele, como poderiam fazer oposição ao "lulopetismo"?
Não têm bandeiras, não têm votos...
É fácil, portanto, ver que a Copa é importante para todo mundo: para quem gosta de futebol, para quem odeia futebol (terá mais feriados para descansar), para o governo, para a oposição, para o trabalhador, para o empresário, para os jornalistas que torcem o nariz para ela, para os motoristas de táxi, garçons, professores de inglês, japonês, alemão, espanhol ou qualquer outra língua, para os ambulantes, para crianças e velhos - e até para os jogadores e para o Felipão, se eles conseguirem a façanha de serem vitoriosos.
É isso: se a Copa fosse um negócio tão ruim como diz a turma do contra, por que será que não existe um só país no mundo que não quer sediá-la?

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