A ata do Comitê de Política Monetária do Banco Central, que decidiu, na reunião desta quarta-feira, 31 de maio, reduzir a taxa Selic para 10,25% ao ano, reflete bem o que é este governo golpista, sem rumo, perdido, um fim de feira completo.
A explicação para a queda dos juros é um primor de banalidades e contradições.
"O conjunto dos indicadores de atividade econômica divulgados desde a última reunião do Copom permanece compatível com estabilização da economia brasileira no curto prazo e recuperação gradual ao longo do ano" - assim começa o texto.
Até aí, tudo bem.
O problema é que em seguida, os membros do Copom dizem outra coisa: "A manutenção, por tempo prolongado, de níveis de incerteza elevados sobre a evolução do processo de reformas e ajustes na economia pode ter impacto negativo sobre a atividade econômica."
E desandam a falar, logo depois, do cenário externo, "favorável", do comportamento da inflação, igualmente "favorável", e das previsões otimistas para as taxas de juros e câmbio.
Até que, parece, levam um banho de realidade nos parágrafos seguintes:
"Ressalta-se que, neste momento, as projeções condicionais do Copom envolvem maior grau de incerteza.
"O Comitê entende como fator de risco principal o aumento de incerteza sobre a velocidade do processo de reformas e ajustes na economia. Isso se dá tanto pela maior probabilidade de cenários que dificultem esse processo, quanto pela dificuldade de avaliação dos efeitos desses cenários sobre os determinantes da inflação."
Até que todo o otimismo anterior se transmuta em um "sei lá o que vai acontecer daqui para a frente":
"O Copom ressalta que a extensão do ciclo de flexibilização monetária dependerá, dentre outros fatores, das estimativas da taxa de juros estrutural da economia brasileira. O Comitê entende que o aumento recente da incerteza associada à evolução do processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira dificulta a queda mais célere das estimativas da taxa de juros estrutural e as torna mais incertas. Essas estimativas continuarão a ser reavaliadas pelo Comitê ao longo do tempo."
Para depois, provavelmente por causa da constatação de que estão completamente perdidos em relação ao cenário político-econômico do país, os doutos membros do Comitê decidem seguir os conselhos da vovó e tomar uma boa dose caldo de galinha, ou de cautela, que não faz mal a ninguém:
"Em função do cenário básico e do atual balanço de riscos, o Copom entende que uma redução moderada do ritmo de flexibilização monetária em relação ao ritmo adotado hoje deve se mostrar adequada em sua próxima reunião. Naturalmente, o ritmo de flexibilização continuará dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos, de possíveis reavaliações da estimativa da extensão do ciclo e das projeções e expectativas de inflação."
E assim, nas mãos de tão competentes timoneiros, o transatlântico Brasil navega celeremente em mares tão desconhecidos quanto agitados. (Carlos Motta)
Motta
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