Ronnie Aldrin Silva
O aumento da informalidade deu um salto no último trimestre analisado, uma vez que tinha crescido 0,6% no país do segundo trimestre de 2016 ao primeiro de 2017, ou seja, em apenas três meses cresceu seis vezes mais do que nos três trimestres anteriores somados.
Tal crescimento vai na contramão das estatísticas de retomada de crescimento que o governo apresenta. Além do setor público, a tímida retomada da inserção de trabalhadores no mercado de trabalho está se dando por empregos sem carteira assinada e trabalho autônomo. Dos empregos gerados no último trimestre, 65,1% se deram por estas duas modalidades de inserção. Se somar o percentual dos novos empregos públicos (33,1%), chega-se em 98,2% dos empregos gerados. As categorias de empregados no setor privado com carteira assinada e trabalhadores domésticos com carteira assinada passaram por uma redução no número de seus trabalhadores de 5,8% e 3,3%, respectivamente.
Ao olhar regionalmente, percebe-se que a região Sul foi onde a informalidade menos cresceu (1,8%). Nas demais regiões o crescimento foi similar e acima da média brasileira, variando de um crescimento da informalidade de 3,9% no Nordeste a 4,4% no Norte, sendo esta última a região que mais sofreu com a inserção precária no mercado de trabalho.
Se no período do segundo trimestre de 2016 ao primeiro de 2017, treze estados tinham apresentado aumento da informalidade, no segundo trimestre de 2017 este número ampliou para 22 estados da federação. Os Estados onde a informalidade mais cresceu neste último trimestre foram Sergipe (16,1%), Amapá (15,8%), Espírito Santo (13,5%), Distrito Federal (10,6%) e Amazonas (9%). Apenas os estados de Santa Catarina (-4,2%), Tocantins (-3,9%), Rio de Janeiro (-3,0%), Mato Grosso do Sul (-2,0%) e Piauí (-1,1%) apresentaram redução no número de trabalhadores sem carteira de trabalho assinada. (Fundação Perseu Abramo)