Por Redação – de Brasília
Presidente do Congresso, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) poderá determinar, nas próximas horas, a expulsão dos integrantes de movimentos extremistas de ultradireita que, na tarde desta terça-feira, abriram fogo contra a Marcha das Mulheres Negras. O tiro foi disparado por um policial militar, travestido de manifestante. Uma rápida ação da Polícia Militar do Distrito Federal e da Polícia Federal promoveu uma revista no acampamento e encontrou armas brancas; além de material de cunho fascista e pela disseminação do ódio racial. O acampamento é mantido com apoio do Movimento Brasil Livre (MBL), que pede o impeachment da presidenta Dilma Rousseff e a intervenção militar no país.

Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado
Renan Calheiros tomou a decisão de determinar que os suspeitos sejam investigados, após a agressão à passeata das mulheres, porque os golpistas lançaram bombas de fabricação caseira, de teor letal, contra integrantes do movimento negro que protestavam contra o racismo nas proximidades do acampamento. A confusão teve início quando a a Marcha das Mulheres Negras 2015 passou em frente ao acampamento do MBL e de outros grupos ligados ao fascismo e à extrema direita. Ativistas do movimento negro dizem ter sido provocadas por membros do MBL, com a participação de policiais que se encontravam no local, com atitudes e palavras racistas.
Durante o conflito, os deputados s João Daniel (PT-SE), Paulo Pimenta (PT-RS) e Edmilson Rodrigues (Psol-PA), que tentavam separar a contenda, foram atingidos por gás de pimenta lançados por policiais. Duas pessoas foram presas por porte ilegal de armas após os tiros disparados. O acampamento gerou uma série de reclamações por parte dos parlamentares no plenário da Câmara. Situação levou o presidente do Congresso, senador Renan Calheiros a afirmar que não deu autorização para que os membros do MBL montassem o acampamento no gramado do Congresso.
A assessores, que conversaram com a reportagem do Correio do Brasil, Calheiros determinou que todas as providências sejam tomadas para a desmobilização do acampamento, caso comprovados os atos de violência de integrantes de ultradireita. Desde 2001, estão proibidas quaisquer tipo de construção na área do gramado do Congresso. Acampamento, porém, foi autorizado pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no final de outubro.
— Nós não concordamos com a ocupação — afirmou Renan Calheiros. Ele informou que irá procurar Cunha mais uma vez para decidir de forma conjunta a desocupação do espaço.