Por Redação, com ABr – de São Paulo:
Terminou sem registro de violência, o protesto contra o aumento nas tarifas de transporte público na cidade de São Paulo. Desde o último sábado, os bilhetes de ônibus e dos trens da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e do Metrô aumentaram de R$ 3,50 para R$ 3,80.
Na manifestação, os integrantes do Movimento Passe Livre bloquearam, por volta das 6h40 desta segunda-feira, os terminais de ônibus Bandeira, no centro da cidade, e Pinheiros, na zona oeste, causando, momentaneamente, retenção do tráfego de veículos nas imediações.
Parte dos manifestantes estendeu o ato para a Avenida Faria Lima, mantendo as vias ocupadas por cerca de meia hora. Uma nova manifestação foi marcada para esta terça-feira, com concentração na Praça do Ciclista, que fica no cruzamento da Avenida Paulista com a Rua da Consolação.
– O transporte é um direito dos trabalhadores e, por isso, não deve ser tratado como mercadoria com a cobrança de tarifa. Nós queremos a tarifa zero. Não adianta ter ônibus novo, corredor exclusivo, se o trabalhador não tem como pagar por esse transporte. E a gente sente que as pessoas estão incomodadas com esse aumento – disse Luize Tavares, um das integrantes do MPL. Segundo ela, cerca de 40 pessoas participaram do ato no Terminal Bandeira.
Na última sexta-feira, protestos contra o reajuste da tarifa resultaram em quebradeira, confronto com a Polícia Militar e prisões.

Rapaz preso
A Justiça de São Paulo determinou a soltura de um rapaz mantido preso após a manifestação contra o aumento da tarifa no transporte público. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, ele foi liberado na tarde de sábado.
Durante o protesto, 17 pessoas no total foram detidas. Dessas, 15 foram liberadas após assinatura de termos circunstanciados e outra precisou pagar fiança.
O manifestante mantido preso foi pego flagrante por supostamente ter atirado coquetéis molotov contra os policias que atuavam no protesto. A decisão da juíza Tonia Yuka Kôroku, apontou a inexistência de uma verdadeira situação que justificasse a prisão. “A prisão se baseou em um vídeo, cujas imagens não são conclusivas e há dúvidas quanto a se o indiciado realmente portava os explosivos”, diz o documento.
O jovem aparece em vídeo feito pelo coletivo Jornalistas Livres, que mostra policiais militares revistando manifestantes e um objeto sendo colocado pelos agentes na mochila de um dos presos. Para o grupo, a prova foi forjada.
Sobre as imagens, a secretaria informou ontem que “não há indícios de má conduta por parte dos policiais militares”. “A Polícia Civil aguarda as imagens sem edição que, de acordo com o advogado do preso, a repórter responsável pela divulgação do vídeo nas redes socais, prontificou-se a fornecer para investigação e perícia”, diz a nota.