“É intuitivo pensar que a pesquisa Ibope esteja mais inclinada a favorecer Bolsonaro por conta do ataque sofrido pelo candidato na última quinta-feira, mas ainda assim, sua rejeição é alta o suficiente para gerar uma cortina de incertezas quanto ao segundo turno”, comentou a corretora CM Capital Markets.
Por Redação – de São Paulo
O dólar recuava ante o real nesta quarta-feira, devolvendo parte da alta da véspera em sintonia com o mercado externo e com os investidores respirando um pouco mais aliviados diante da cena eleitoral no Brasil diante de nova pesquisa mostrar que candidatos mais à esquerda não ganharam tanta tração.
O preço do dólar, frente ao real, tem sido regulado pela tensão eleitoral, às vésperas das eleições presidenciaisÀs 11h53, o dólar recuava 0,55%, a R$ 4,1314 na venda, depois de saltar 1,48% na véspera. Na mínima do dia, a moeda norte-americana foi a R$ 4,1107. O dólar futuro tinha queda de cerca de 0,40%.
Pesquisa
“A pesquisa Ibope revelou um quadro mais positivo para os candidatos reformistas do que a pesquisa Datafolha do dia anterior”, citou a casa de análises Levante Ideias de Investimentos.
Pesquisa Ibope divulgada na noite passada mostrou que Ciro Gomes (PDT) tinha 11% das intenções de voto, sobre 12% antes, Marina Silva (Rede), obteve 9% (12% antes) e Fernando Haddad, substituto de Luiz Inácio Lula da Silva na chapa do PT, ficou com 8%, de 6% antes. A margem de erro é de 2 pontos percentuais.
Bolsonaro liderava a disputa pelo Palácio do Planalto com 26% das intenções de voto para o primeiro turno, sobre 22% da pesquisa anterior, poucos dias depois de ter sido esfaqueado durante evento de campanha.
A pesquisa mostrou também o presidenciável mais competitivo nas simulações de segundo turno. O levantamento Datafolha, divulgado antes, teve uma leitura mais negativa pelo mercado, já que a oscilação de Bolsonaro foi tímida e os candidatos com perfil mais à esquerda se destacaram.
“É intuitivo pensar que a pesquisa Ibope esteja mais inclinada a favorecer Bolsonaro por conta do ataque sofrido pelo candidato na última quinta-feira, mas ainda assim, sua rejeição é alta o suficiente para gerar uma cortina de incertezas quanto ao segundo turno”, comentou a corretora CM Capital Markets.
Rolagem
Os analistas lembram que o Datafolha foi a campo no dia 10 e divulgou a pesquisa no mesmo dia, enquanto o Ibope colheu as informações entre 8 e 10 de setembro, mais próximo do ataque sofrido por Bolsonaro.
No mercado externo, o dólar recuava ante uma cesta de moedas e também ante moedas de países emergentes, como o peso chileno, com os investidores de olho na guerra comercial entre Estados Unidos e seus parceiros, principalmente a China.
O Banco Central brasileiro ofertou e vendeu integralmente 10,9 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, rolando 3,815 bilhões de dólares do total de 9,801 bilhões de dólares que vencem em outubro. Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.
Ações em queda
A bolsa paulista perdia o fôlego nesta quarta-feira, após o Ibovespa subir quase 1% no começo do pregão, conforme a disputa presidencial continua adicionando volatilidade aos negócios.
Às 11:54, o principal índice de ações da B3 caía 0,01%, a 74.652,74 pontos. Na máxima, mais cedo, subiu 0,99%, a 75.399,16 pontos. O volume financeiro somava 2,83 bilhões de reais em sessão também marcada pelo vencimento das opções sobre o índice.
“O mercado continua de olho no desenrolar da disputa eleitoral que se mantém bastante incerta”, afirmou a equipe da Coinvalores, em nota distribuída a clientes. A volatilidade tende a marcar os próximos pregões, com uma bateria de levantamentos prevista para os próximos dias, incluindo nova pesquisa Datafolha na sexta-feira.