A Presidência da República informou que Lula “participará da Cúpula dos BRICS por meio de videoconferência e manterá sua agenda de trabalho normal esta semana em Brasília, no Palácio do Planalto”.
Por Redação – de Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recuperava-se, na tarde deste domingo, de um ferimento na cabeça sofrido após acidente doméstico ocorrido na véspera. Por ordens médicas, Lula cancelou a viagem que faria à Rússia, para a reunião de cúpula do grupo BRICS, que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Segundo boletim médico divulgado nesta manhã, Lula foi atendido no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, com um “ferimento corto-contuso na região occipital”, resultando em um corte na nuca. A equipe médica informou que o caso não é grave, mas o cardiologista Roberto Kalil Filho recomendou que Lula evitasse viagens de longa duração.
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A Presidência da República informou que Lula “participará da Cúpula dos BRICS por meio de videoconferência e manterá sua agenda de trabalho normal esta semana em Brasília, no Palácio do Planalto”. Embora distante do local dos acontecimentos, o presidente brasileiro manterá o foco principal na busca do apoio de Rússia e China para a reformulação do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). Em seu discurso, o presidente enfatizará a necessidade de uma reforma na ONU em 2025, quando se celebra o 80º aniversário da Carta das Nações Unidas. Lula defende que a organização precisa ser modernizada para refletir as transformações globais atuais.
O apoio da Rússia e da China é considerado fundamental para que o Brasil tenha chances de se tornar um membro permanente do Conselho de Segurança da ONU. Contudo, até o momento, ambos os países têm mostrado certa resistência a essa proposta. Em contrapartida, França e Estados Unidos já expressaram apoio à inclusão do Brasil como membro definitivo, enquanto Alemanha, Japão, África do Sul e Índia também reivindicam a adesão.
Apoio de Moscou
Ainda neste domingo, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, declarou em uma entrevista o apoio de seu país à entrada do Brasil, da Índia e de países africanos como membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, de acordo com a agência russa de notícias Tass. Segundo Lavrov, essa mudança é fundamental para assegurar a representatividade da maioria global no órgão.
— Países como Índia, Brasil, assim como representantes da África deveriam ter estado em uma base permanente no Conselho de Segurança por um longo tempo. Isso é necessário para garantir representatividade, representação da maioria global — afirmou o chanceler. Lavrov ressaltou, no entanto, que a expansão do colegiado com a inclusão de países da OTAN e da União Europeia seria inaceitável.
Banco do BRICS
Na última sexta-feira, Putin comentou a proposta de introduzir uma moeda unificada para o grupo do BRICS, considerando-a prematura, pois exigiria um alto nível de integração entre os países membros. Ele afirmou que as nações do grupo devem avançar gradualmente neste aspecto e que a Rússia está empenhada em fortalecer o novo banco do BRICS. O líder russo busca transformar o BRICS — agora expandido para incluir Egito, Etiópia, Irã e Emirados Árabes Unidos — em um contrapeso ao Ocidente no cenário político e comercial global.
O contratempo, no entanto, não impedirá que Lula mantenha as discussões sobre um possível acordo de paz entre Rússia e Ucrânia. Em maio, Brasil e China apresentaram uma proposta conjunta para as negociações de paz, que prevê a participação dos governos russo e ucraniano, no qual asseguram que a Rússia não pode ser excluída das discussões para uma solução quanto ao conflito.
