O fato de permanecer estagnado nas pesquisas tem levado o presidenciável Ciro Gomes (PDT) a destacar que o candidato do PSDB ao Planalto, Geraldo Alckmin, não consegue subir no conceito do eleitor; apesar de “ter vendido a alma para ter o maior de tempo de TV”.
Por Redação – de São Paulo
O presidenciável do PSDB, Geraldo Alckmin, disse que o PT já está no segundo turno da eleição presidencial. Agora, o que precisa ser decidido é quem enfrentará o candidato petista, Fernando Haddad. A mudança na estratégia de campanha leva o tucano a buscar os votos do principal concorrente à direita: Jair Bolsonaro (PSL).
Ciro Gomes e Geraldo Alckmin tendem a se enfrentar, diretamente, até as eleições de outubro, na tentativa de derrubar BolsonaroEste por sua vez, tem desconversado quanto aos ataques do candidato pedetista, Ciro Gomes, evitando um confronto direto. Ciro tem repetido que o candidato a vice, na chapa do PSL, general Hamilton Mourão, não passaria de “um jumento de carga”. Mas o foco do ex-governador cearense, no entanto, concentra-se na caça ao tucano.
O fato de Alckmin permanecer estagnado nas pesquisas tem levado o presidenciável Ciro Gomes a destacar, ainda, que ele não consegue subir no conceito do eleitor; apesar de “ter vendido a alma para ter o maior de tempo de TV”.
Pesquisas
A declaração de Ciro foi uma referência a última pesquisa Ibope, divulgada na véspera, onde ele aparece com 11% das intenções de voto e Alckmin caiu de 9% para 7%. A liderança continua, por enquanto, com Jair Bolsonaro (PSL). O representante fascista oscilou dentro da margem de erro, de 26% para 28%. Fernando Haddad (PT), por sua vez, que cresceu de 8% para 19% e deve ir para o segundo turno. Já Marina Silva (Rede) caiu de 9% para 6%.
— Alckmin vendeu a alma para ter o maior tempo de TV, na aliança com o Centrão, mas está pagando um preço amargo, pois não decolou nas pesquisas e continua a aparecer com um dígito nas intenções de voto — disse Gomes, em entrevista nesta quarta-feira, a jornalistas.
Ciro disse, que não cede às pesquisas eleitorais e que elas são um retrato do momento. Segundo o trabalhista, os rumos da sua campanha continuarão sendo feitos com “trabalho” e serenidade”. “Sou experiente”, disse.
Intolerância
Ao lado de Alckmin, no entanto, o presidente do PPS, Roberto Freire, disse à agência inglesa de notícias Reuters que a campanha de Alckmin terá a preocupação de demonstrar não apenas os riscos para o Brasil da eleição do candidato do PSL, Jair Bolsonaro. Mas também do eventual retorno do PT ao governo federal. Ataques a Bolsonaro também serão retomados, disse.
Freire disse que o tucano procurou passar segurança em relação ao momento atual da campanha e afirmou que vai incorporar essas mudanças sugeridas na campanha, com o intuito de demonstrar que é ruim para o país uma vitória petista.
Na véspera, em entrevista coletiva, o presidenciável tucano chegou a dizer que a ida de Bolsonaro ao segundo turno é o passaporte para a volta do PT ao poder. Sem muito sucesso, no entanto, Alckmin procurou apresentar semelhanças entre os dois adversários.
Mais cedo, aliados de Alckmin comentaram ser necessárias mudanças rápidas na comunicação do tucano com o eleitor a fim de tentar uma reação disputa ao Planalto.
Horário eleitoral
O tucano tem aparecido nas sondagens de primeiro turno longe de Bolsonaro e perdendo terreno em relação a Haddad, mesmo dispondo do maior arco de alianças partidárias, o que lhe garante maciça presença no horário eleitoral e nas inserções veiculadas no rádio e na TV.
Segundo o presidente do PPS, a avaliação geral dos presentes ao encontro é que a campanha de Alckmin foi prejudicada pelo atentado à faca contra Bolsonaro ocorrido no último dia 6.
No início da campanha na TV, disse Freire, o candidato do PSL começou a ter uma perda de apoio, mas após ser esfaqueado conseguiu paralisar essa perda inicial e posteriormente ainda ganhar pontos nas pesquisas de intenção de voto — atualmente ele lidera com folga as sondagens para o primeiro turno.
Segundo turno
O presidente do PPS disse que o atentado a Bolsonaro fez com que todas as campanhas passassem por uma paralisia de suas estratégias e houve ainda o que chamou de “pantomina” do PT na substituição da candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, barrado pela Lei da Ficha Limpa, por Fernando Haddad.
Apesar do cenário desfavorável, Freire afirmou que a avaliação do encontro é que ainda há tempo para Alckmin chegar ao segundo turno.
“Tudo isso tem que ser relativizado, ainda faltam dias decisivos. O eleitorado ainda não definiu ou consolidou os votos”, disse.
Marina
Assim como Alckmin em entrevista coletiva na véspera, Freire citou o fato de que, a essa altura da campanha de 2014, Marina aparecia em pesquisas em segundo lugar, mas ficou fora do segundo turno, sendo ultrapassada pelo tucano Aécio Neves, que concorreu contra a petista Dilma Rousseff.
— Não se pode dizer que em 18 de setembro de 2018 a eleição esteja decidida — disse o dirigente do PPS, ao ressalvar também que ninguém está querendo dizer que o quadro atual não se pode consolidar.