Por Redação, com DW – de Berlim:
A Alemanha pretende aumentar o número de militares estacionados no Afeganistão de 130 para 980. A notícia, veiculada num blog, foi confirmada nesta quinta-feira pelo deputado Rainer Arnold, responsável por assuntos de Defesa na bancada parlamentar do Partido Social Democrata da Alemanha (SPD), legenda que integra a coalizão de governo.
Os soldados alemães dão assessoria aos afegãos, que assumiram a segurança no país no final de 2014, e não deverão se envolver em combates, como prevê a missão original.
Sem missão de combate
– A missão não será alterada – garantiu Arnold, em entrevista ao jornal Berliner Zeitung. Sobretudo políticos conservadores querem que os militares alemães sejam autorizados a se envolver em situações de combate, para garantir a segurança das zonas de proteção para refugiados afegãos repatriados da Alemanha. Essa proposta, entretanto, foi descartada definitivamente, segundo Arnold.
De acordo com informações do portal de notícias Spiegel Online, o governo alemão deve decidir na próxima quarta-feira o texto sobre o mandato das Forças Armadas alemãs no Afeganistão para 2016. Em seguida, o Parlamento alemão deve discutir a proposta. Conforme o Spiegel Online, os militares alemães devem ficar mais tempo no norte do Afeganistão do que o planejado anteriormente. A missão de treinamento em Mazar-i-Sharif deve continuar até pelo menos o final de 2016.
A Bundeswehr (Forças Armadas da Alemanha) havia se envolvido temporariamente com até 5.350 soldados na missão militar Isaf, liderada pela Otan no Afeganistão. No final de 2014, a missão de combate foi substituída, após 13 anos, pela missão Resolute Support (apoio resoluto), para treinar e assessorar forças de segurança afegãs. Originalmente, era planejada para 2016 uma redução adicional dos 13 mil soldados que ainda estão estacionados no Afeganistão. O contingente da Bundeswehr também deveria ser reduzido.
Situação precária
Devido à situação de segurança, considerada precária, o presidente dos EUA, Barack Obama, decidiu, no entanto, que, pelo menos as tropas dos EUA permanecerão no Afeganistão com todos os seus atuais 9,8 mil soldados até o final de 2016. Países como Alemanha, Itália e Reino Unido garantiram, então, que também manterão sua presença.
A ministra alemã da Defesa, Ursula von der Leyen, afirmou na noite desta quarta-feira que a Alemanha deve agora provar sua confiabilidade no Afeganistão. “Em poucos dias, 20 nações virão a Berlim discutir conosco a continuidade da cooperação no Afeganistão”, lembrou.