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Aloysio Nunes volta ser citado na Lava Jato. Agora, pela Odebrecht

12 de Março de 2017, 16:01 , por Jornal Correio do Brasil - | No one following this article yet.
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Ocupante do Ministério das Relações Exteriores do governo Temer, Aloysio Nunes é questionado se deixará o cargo, caso passe à condição de investigado por ordem do Supremo Tribunal Federal

 

Por Redação – de Brasília

 

Ex-diretor da Odebrecht e delator da Operação Lava Jato, Carlos Armando Paschoal, conhecido como CAP, relatou aos investigadores o pagamento de R$ 500 mil por meio de caixa 2 para a campanha ao Senado de Aloysio Nunes (PSDB). Trata-se do atual ocupante do Ministério das Relações Exteriores, empossado no lugar do também tucano paulista senador José Serra.

Aloysio Cunha

Através de assessoria, Nunes negou o recebimento de dinheiro de caixa 2

Nunes não está no cargo há uma semana ainda e já entrou, definitivamente, na mira do juiz Sérgio Moro. Ainda que o titular da operação policial mais famosa do país seja mais rigoroso com os integrantes do PT, o tucano Aloysio Nunes é acusado de aceitar propina da empreiteira que liderou o esquema criminoso instalado na Petrobras. O repasse, segundo o delator, ocorreu em 2010, quando Nunes se elegeu para o Senado.

Dinheiro em espécie

CAP delata, ainda, que o pedido por dinheiro foi feito pelo próprio Aloysio. As entregas foram realizadas sempre em quartos de hotéis, na capital paulista. O delator acrescentou, aos procuradores encarregados do caso, que o senador indicou alguém de seu círculo de confiança para receber senhas e endereços de entrega do dinheiro, em espécie.

A prestação de contas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Aloysio Nunes declarou R$ 9,2 milhões na campanha daquele ano. Mas a Odebrecht não está listada entre os doadores. O depoimento de CAP é apenas um entre os 78 delatores da Odebrecht. Este atuava no trato com políticos, nas campanhas eleitorais de São Paulo. Os demais tendem a confirmar cada passo do roteiro de crime e corrupção em que o senador é citado.

Aloysio Nunes nega sua participação no esquema criminoso, mas as colaborações foram homologadas por Edson Fachin, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). A Procuradoria-Geral da República (PGR), diante dos fatos, poderá pedir, já nas próximas horas, a abertura de inquéritos para investigar os políticos citados. Caso torne-se, oficialmente, investigado, aguarda-se o pedido de afastamento do colaborador de Temer. Mais um, na lista de integrantes da equipe afastados por suspeita de corrupção, no governo do presidente de facto, Michel Temer.

Outros delatores

CAP não é o primeiro a afirmar que Aloysio Nunes teria ligações criminosas com a rede de corrupção investigada na Lava Jato. O empresário Ricardo Pessoa, um dos delatores na Operação, relatou a investigadores ter acertado com o senador Aloysio Nunes de doação para campanha eleitoral no valor de R$ 500 mil. Deste total, R$ 300 mil feitos por repasses oficiais e R$ 200 mil em dinheiro de caixa 2.

Segundo Pessoa, o encontro para acertar o pagamento foi feito no escritório político do senador, na Avenida 9 de Julho, em São Paulo. Além dos dois, participou do encontro o presidente da Constran (empresa comprada pela UTC), João Santana, segundo o empreiteiro.

Pessoa disse não se recordar sobre como foi a entrega dos valores. Soube dizer, apenas, “que o dinheiro utilizado é proveniente do caixa 2 da UTC. E que teve participação do escritório de advocacia de Roberto Trombeta”.

Dinheiro sujo

Por meio de assessoria, o senador também nega o recebimento de recursos não declarados. Diz apenas que procurou o presidente da Constran, João Santana, para solicitações de doação “nos termos da lei eleitoral”.

Sua página no Facebook guarda, até hoje, a declaração do senador tucano. Ele considerou “simplesmente absurda” a suposição de que poderia interferir para favorecer negócios a Petrobras. E acrescentou:

“A investigação das contas da minha campanha ao Senado em 2010, pedida pelo dr. Janot (Rodrigo Janot, procurador-geral da República), representa um desvio do verdadeiro foco da Operação Lava Jato”.

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Fonte: http://www.correiodobrasil.com.br/aloysio-nunes-citado-lava-jato-odebrecht/

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