Segundo Krugman, é “surreal” o fato de que o aperto monetário global não levou a recessões nas maiores economias do mundo. Krugman afirmou que provavelmente a inflação de fato era transitória, embora mais duradoura do que se esperaria.
Por Redação, com Reuters – de Nova York, NY-EUA
O economista norte-americano Paul Krugman, vencedor do Prêmio Nobel de Economia em 2008, disse nesta terça-feira que o fato de a inflação nas economias globais ter desacelerado sem causar recessões dificulta a redução dos juros. Segundo ele, este cenário deixa as autoridades monetárias com medo de causar um superaquecimento da economia, e portanto da inflação, caso cortem os juros no curto prazo.

— A economia tem sido muito resiliente diante da alta dos juros. É bom saber que não vimos uma recessão até agora. Os reguladores podem comemorar, mas o fato de que as economias não desaceleraram faz com que tenham medo de reduzir juros, porque a economia pode superaquecer, então se fala em manter os juros mais altos por mais tempo, ou então para sempre — disse, durante participação na Fides 2023, evento internacional do mercado de seguros que acontece no Rio de Janeiro.
Leituras
Segundo ele, é “surreal” o fato de que o aperto monetário global não levou a recessões nas maiores economias do mundo. Krugman afirmou que provavelmente a inflação de fato era transitória, embora mais duradoura do que se esperaria.
Na visão do Nobel de Economia, preços de alimentos e de energia não são as melhores medidas da alta de preços no período pós-pandemia, porque são mais voláteis. De acordo com ele, isso faz com que os países comecem a buscar novas leituras sobre os índices inflacionários.
— A maior parte dos países agora também calcula algum tipo de núcleo inflacionário, o que ajuda a extrair um sinal dos ruídos — concluiu.