A América Latina ultrapassou a Europa na terça-feira para tornar-se a região do mundo com maior número de mortos pelo coronavírus, de acordo com uma contagem da agência inglesa de notícias Reuters.
Por Redação, com Reuters – de Buenos Aires/Londres
A América Latina ultrapassou a Europa na terça-feira para tornar-se a região do mundo com maior número de mortos pelo coronavírus, de acordo com uma contagem da agência inglesa de notícias Reuters.

A região já registrou mais de 206 mil mortes pela covid-19, doença causada pelo coronavírus, aproximadamente 30% do total do mundo.
O Brasil, país latino-americano mais afetado pelo novo coronavírus, tinha 95.819 mortes causadas pela doença até a terça-feira. O México, segundo país da região mais atingido, tinha 48.869 óbitos.
A disseminação da pandemia também acelerou na Colômbia, no Peru, na Argentina e na Bolívia.
Na semana passada a América Latina tornou-se a região mais afetada do mundo em número de casos. Na segunda-feira, o número de infecções na região passou de 5 milhões, de acordo com uma contagem da Reuters baseada em dados dos governos.
O número de casos aumentou depois que autoridades relaxaram medidas de distanciamento social para estimular a economia.
O vírus infectou mais de 18,6 milhões de pessoas no mundo e o número de mortos globalmente passa de 700 mil.
Jovens com covid-19
Jovens que estão frequentando casas noturnas e praias lideram um aumento de casos de coronavírus em todo o mundo, com o percentual de pessoas entre 15 e 24 anos infectadas crescendo três vezes em cerca de cinco meses, informou a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Uma análise da OMS de 6 milhões de infecções entre 24 de fevereiro e 12 de julho constatou que a parcela de pessoas com idades entre 15 e 24 anos subiu de 4,5% para 15%.
Além dos Estados Unidos, que lideram uma contagem mundial com 4,8 milhões de casos no total, países europeus, incluindo Espanha, Alemanha e França, e países asiáticos, como o Japão, disseram que muitos dos recém-infectados são jovens.
– As pessoas mais jovens tendem a ser menos vigilantes quanto ao uso de máscaras e ao distanciamento social – disse à Reuters Neysa Ernst, gerente de enfermagem da unidade de biocontenção do Hospital Johns Hopkins, em Baltimore, Maryland.
– Saídas aumentam as chances de pegar e espalhar a covid-19 – afirmou, acrescentando que os jovens têm mais probabilidades de sair para trabalhar, ir à praia, frequentar bares e comprar mantimentos.
O aumento de novos casos
O aumento de novos casos, a chamada segunda onda de infecções, levou alguns países a impor novas restrições à circulação de pessoas, mesmo com empresas se esforçando para encontrar uma vacina para o vírus que se espalha rapidamente e que já matou mais de 680.000 pessoas.
Até países como o Vietnã, amplamente elogiados por seus esforços de mitigação desde o surgimento do coronavírus no final de janeiro, estão lutando contra novos focos de infecção.
Entre os infectados, cerca de 4,6% tinham entre 5 a 14 anos, contra 0,8% entre 24 de fevereiro e 12 de julho, segundo a OMS, no momento em que os testes aumentaram e os especialistas em saúde pública estão preocupados com a possibilidade de que a reabertura das escolas leve a um aumento nos casos.
Anthony Fauci, o principal especialista dos EUA em doenças infecciosas, pediu aos jovens no mês passado que continuem a cumprir distanciamento social, usem máscaras e evitem multidões, e alertou que pessoas assintomáticas também podem espalhar o vírus.
Especialistas em saúde de vários países pediram medidas semelhantes ao reportar que jovens infectados apresentam poucos sintomas.
– Já dissemos isso antes e diremos novamente: os jovens não são invencíveis – disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em entrevista coletiva em Genebra na semana passada.
– Os jovens podem ser infectados; os jovens podem morrer; e os jovens podem transmitir o vírus a outras pessoas.