Atualmente, a ONG tem dois escritórios no território autônomo chinês, sendo um voltado para a situação dos direitos humanos em Hong Kong e outro que desenvolve atividades de pesquisa na Ásia e no Pacífico. O primeiro será fechado em 31 de outubro; já o segundo deve ser realocado para outro país até “o fim de 2021”.
Por Redação, com ANSA – de Hong Kong
A Anistia Internacional anunciou nesta segunda-feira que fechará seus escritórios em Hong Kong por conta das “ameaças” impostas pela lei de segurança nacional, que está em vigor desde junho de 2020.

– Essa decisão, tomada com pesar, foi causada pela lei de segurança nacional de Hong Kong, que tornou impossível que organizações para os direitos humanos trabalhem livremente e sem temores de graves represálias por parte do governo – disse em nota a presidente do conselho da AI, Anjhula Mya Singh Bais.
Atualmente, a ONG tem dois escritórios no território autônomo chinês, sendo um voltado para a situação dos direitos humanos em Hong Kong e outro que desenvolve atividades de pesquisa na Ásia e no Pacífico. O primeiro será fechado em 31 de outubro; já o segundo deve ser realocado para outro país até “o fim de 2021”.
O encerramento das atividades da Anistia é mais um passo para o fim desse tipo de organização no território.
O grupo existia há 30 anos
Há poucas semanas, outra instituição, a Aliança de Hong Kong, também anunciou seu fim. O grupo existia há 30 anos e era bastante conhecido por se manifestar em 4 de junho para lembrar as vítimas da repressão do que é conhecido como o Massacre da Praça Tiananmen (ou Paz Celestial), ocorrido em Pequim em 1989.
A polêmica lei de segurança nacional foi aprovada pela China em junho do ano passado e ampliou as possibilidades das pessoas serem condenadas por secessão, sedição ou terrorismo ao protestarem contra o governo. Desde que foi implementada, dezenas de líderes das manifestações que pediam por mais democracia foram presos e/ou condenados pelos atos.
Além disso, os chineses impuseram novas regras para os deputados eleitos e suprimiram diversos políticos pró-democracia do processo eleitoral.
A China diz que a medida é fundamental para garantir a segurança e a unidade do território autônomo, mas a maior parte dos líderes ocidentais condenou a medida por “acabar” com o conceito de “um país, dois sistemas”. Diversas foram as sanções contra o governo local.