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Ano político esquenta depois do Carnaval

5 de Fevereiro de 2016, 19:38 , por Jornal Correio do Brasil - | No one following this article yet.
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Terminado o Carnaval, o ano vai começar de verdade com o fim do recesso e será a hora de se saber o que vai acontecer com Eduardo Cunha, acentua nosso colunista.

Por Mário Augusto Jakobskind, do Rio de Janeiro:

Assim que terminarem as batucadas, vai ficar séria a política e muita coisa pode acontecer
Assim que terminarem as batucadas, vai ficar séria a política e muita coisa pode acontecer

2016 na prática começa para valer agora depois do Carnaval. Um ano que será bastante movimentado, conforme as previsões. Neste intervalo correspondente ao recesso do Legislativo e Judiciário, muita coisa ficou pendente, inclusive o que acontecerá com o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, considerado uma das figuras mais nefastas da atual política brasileira.

Ele tem conta, não declarada, na Suíça e se utiliza do cargo para evitar que a Comissão de Ética da Câmara decida finalmente se será ou não cassado. Ultimamente, exatamente no recesso, Cunha mais ou menos saiu do noticiário, mas mais cedo ou mais tarde seu destino terá de ser definido. Resta saber de que forma, se para o bem ou para o mal, que seria a sua continuidade na política.

Este início de texto vale mais como recordação de fatos e a espera de uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o futuro de Eduardo Cunha.

Mário Augusto Jakobskindjornalista e escritor, correspondente do jornal uruguaio Brecha; membro do Conselho Curador da Empresa Brasil de Comunicação (TvBrasil). Consultor de História do IDEA Programa de TV trasnmitido pelo Canal Universitário de Niterói, Sede UFF – Universidade Federal Fluminense Seus livros mais recentes: Líbia – Barrados na Fronteira; Cuba, Apesar do Bloqueio e Parla , lançados no Rio de Janeiro.

Direto da Redação é um fórum de debates editado pelo jornalista Rui Martins.

De quebra ainda vale lembrar que o Senado dará a última palavra sobre o impeachment que os inconformados com o resultado da eleição de outubro de 2014 que elegeu Dilma Rousseff tentam aprovar.

Na história brasileira dos últimos 60 anos também ocorreram outras tentativas de impeachment, como no caso de Getúlio Vargas, ação rejeitada pelo Congresso, depois de um carnaval midiático conservador em conjunto com a direita e certos segmentos da esquerda que na prática se comportaram como linha auxiliar do famigerado lacerdismo.

Mais recente tentativa, neste caso contra FHC, foi brecada pelo então presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer. Desta vez, no entanto, Eduardo Cunha decidiu levar adiante a ação absolutamente sem base legal.

Enquanto isso pelo mundo acontecem fatos e pronunciamentos ignorados pela mídia comercial, ultimamente dominada pelo furor da tentativa de incriminar o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva.

No meio desta batalha midiática, vale transcrever aqui um recente pronunciamento do Vice-Presidente uruguaio, Raul Sendic, que em algum momento poderá aspirar ser o candidato da esquerda à Presidência do país vizinho.

Ao participar no México do II Encontro da Esquerda Democrática, evento político organizado pelo Partido da Revolução Democrática (PRD, grupamento de centro esquerda), Sendic alertou que a corrupção e outros poderes, entre os quais os meios de comunicação conservadores são dois dos principais adversários que enfrenta a democracia.

Sendic comentou ainda que o sectarismo, as disputas pelo poder e a corrupção colocam em risco os projetos da esquerda a nível mundial.

Sendic deu o recado destacando ainda a importância da unidade das esquerdas.

Quanto aos escândalos de corrupção relacionados com alguns líderes mundiais que se proclamam de esquerda, o Vice uruguaio observou que “quem é corrupto não é de esquerda e se não é democrata também não é de esquerda”.

O que proclamou Sendic, ignorado pela mídia, vale para qualquer conjuntura e alerta inclusive que a falta de unidade das esquerdas na prática pode favorecer exatamente o inimigo que não se conforma com a defesa de um Estado voltado para proteger os mais necessitados.

As palavras de Sendic devem servir de reflexão nos mais diversos países, claro, no Brasil em particular, onde muitas vezes certos segmentos que se proclamam de esquerda agem na prática de forma a fazer o jogo do inimigo que não se conforma quando camadas populares ascendem, mesmo que timidamente. E tais segmentos apelam para o golpe, como aconteceu em 1954 e dez anos depois.

Recentemente em Portugal, as esquerdas deram exemplo de pragmatismo e maturidade política quando na Assembleia Nacional o Partido Socialista, o Bloco de Esquerda e o Partido Comunista se uniram para formar um governo com o objetivo de enfrentar a política de austeridade que tanto mal fez aos assalariados.

Durante as conversações dos referidos partidos foram levados em conta às questões que os unia e deixando de lado fatores que poderiam provocar desavenças.

Mesmo agora com a eleição de um presidente conservador, a unidade permanece com o governo atual encabeçado pelo Primeiro Ministro socialista Antonio Costa. A esquerda portuguesa no caso deu exemplo que deve ser seguido para o enfrentamento contra setores neoliberais que levaram o mundo a uma situação de crise e com os maiores prejuízos aos trabalhadores.

É isso, nesse sentido, espera-se por aqui prevaleça também o pragmatismo político e se mantenha a legalidade democrática sepultando de uma vez por todas as tentativas golpistas dos inconformados com o resultado das urnas de 2014.


Fonte: http://www.correiodobrasil.com.br/793728-2/

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