Lula tem cobrado em fóruns internacionais que os países ricos cumpram as metas climáticas estabelecidas no Acordo de Paris – e que financiem os projetos dos países pobres no mesmo sentido. Nesta tarde, em Berlim, o presidente brasileiro citou acordos ambientais anteriores, como o Protocolo de Quioto de 1992 e o Acordo de Paris, de 2016, como exemplos de promessas não cumpridas.
Por Redação, com agências internacionais – de Berlim
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta segunda-feira, na sua visita à Alemanha, esperar que os países cumpram os acordos celebrados e as promessas garantidas durante a Conferência do Clima (COP 28) em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.

Lula tem cobrado em fóruns internacionais que os países ricos cumpram as metas climáticas estabelecidas no Acordo de Paris – e que financiem os projetos dos países pobres no mesmo sentido. Nesta tarde, em Berlim, o presidente brasileiro citou acordos ambientais anteriores, como o Protocolo de Quioto de 1992 e o Acordo de Paris, de 2016, como exemplos de promessas não cumpridas.
— Por isso, nós vamos discutir no G20 a necessidade e importância de a gente rediscutir a governança global — pontuou.
O Brasil assumiu no último dia 1º a presidência do G20, que reúne as maiores economias globais.
— (Espero) que a gente possa tomar decisão, sobretudo na área ambiental, e ter certeza de que as decisões serão colocadas em prática, e não acontecer o que aconteceu no Protocolo de Quioto, que até hoje não foi assumido. No Acordo de Paris, que até hoje não foi assumido. E eu espero que as decisões de Dubai sejam assumidas por que, se não, nós estamos brincando de enganar o planeta Terra — acrescentou.
Relações
A visita de três dias à capital da Alemanha representa – assim como as demais 14 viagens de Lula neste ano – uma retomada nas relações internacionais e de protagonismo do Brasil após o governo de Jair Bolsonaro, cujo chanceler, Ernesto Araújo, chegou a afirmar que “é bom ser pária” mundial.
Especialmente com a Alemanha, a relação bilateral ficou em suspenso durante o governo anterior, principalmente devido à questão ambiental. Agora, o país retomou as doações para o Fundo Amazônia, tendo desembolsado em outubro R$ 110 milhões (20 milhões de euros), de um total de 35 milhões de euros anunciados no início do ano. Somente a Noruega já realizou doação mais vultosa ao fundo de preservação da floresta.
Além dos acordos sobre meio ambiente, deverá estar na pauta do encontro de Lula com o chanceler alemão Olaf Scholz o acordo comercial União Europeia-Mercosul, que é tema de embate com o presidente francês Emmanuel Macron.
França
Isso porque Macron mostrou, no sábado, mesmo após encontro com Lula, trabalhar contra o acordo.
— Não posso pedir aos nossos agricultores, aos nossos industriais na França, e em toda a Europa, que façam esforços para descarbonizar, para sair de certos produtos, e depois dizer que estou removendo todas as tarifas para trazer produtos que não aplicam essas regras — afirmou o presidente francês.
Ao lado de Scholz, nesta segunda-feira, Lula voltou a comentar sobre a posição francesa.
— Se não tiver acordo, paciência. Não foi por falta de vontade. A única coisa que tem que ficar claro é que não digam mais que é por conta do Brasil e que não digam mais que é por conta da América do Sul. Assumam a responsabilidade de que os países ricos não querem fazer um acordo na perspectiva de fazer qualquer concessão. É sempre ganhar mais — acrescentou.
Na Alemanha, além de jantar com Olaf Scholz, na noite passada, Lula reuniu-se com líderes e empresariais, como o presidente Frank-Walter Steinmeier, e participou da conferência de fundação ligada ao Partido Social-Democrata (SPD).