Por Redação, com agências internacionais – de Damasco e Paris:
Apesar das ações da Turquia contra o governo vizinho, o exército da Síria recuperou, neste sábado, o controle do território capturado pelo Estado Islâmico (EI), a leste de Aleppo, incluindo um trecho da rodovia que leva a Raqqa, principal reduto dos jihadistas, informou a TV estatal síria. As áreas recuperadas no âmbito do avanço do exército sírio sobre as posições dos extremistas muçulmanos, com apoio de aviões russos, ficam a leste da base aérea de Kweires, ocupada pelo EI no início deste mês.

No início de novembro, o exército sírio rompeu o cerco da base de Kweiris. A base fora cercada pelo Estado Islâmico por dois anos até que as forças do governo sírio, com apoio aéreo russo, avançaram para a área e a libertaram dos jihadistas, deixando um grande número deles mortos e feridos. De acordo com uma informação da televisão estatal, o exército recuperou o controle de duas aldeias e grandes áreas de terras agrícolas, bem como de túneis e fortificações construídas pelos jihadistas.
As aldeias estão localizadas a cerca de 60 quilômetros a leste de Aleppo. O governo da Síria e seus aliados também obtiveram ganhos no sudeste de Homs.
Reação de Paris
Após a derrubada de um avião russo pelas Forças Armadas turcas na Síria, Paris deve abandonar a OTAN, caso Ancara permaneça como membro do bloco, afirmou o presidente do partido francês Solidariedade e Progresso (SP), Jacques Cheminade.
— Ou a França deve deixar a OTAN neste momento ou pedir a suspensão ou exclusão da Turquia — declarou o político.
Na última terça-feira, um caça F-16 turco abateu um jato Su-24 das Forças Aeroespaciais da Rússia que participava de ataques contra grupos extremistas na Síria, acusando-o de violar o espaço aéreo da Turquia, acusação contestada por Moscou. Logo após o incidente, a OTAN expressou solidariedade a Ancara, demonstrando confiança nas informações fornecidas pelas autoridades turcas, em meio a protestos por parte da Rússia.
Embora faça parte da organização militar ocidental, a França, no entanto, segundo Cheminade, mudou a sua opinião em relação à participação russa e síria no combate ao Estado Islâmico. E, por esse motivo, deveria se recusar a permanecer na aliança após uma violação tão grave por parte de um de seus membros e do apoio do bloco a esse agressor.
— Uma mudança na posição da França é evidente. Mesmo Fabius (chanceler francês) sugeriu que o Exército sírio poderia participar da luta contra o EI — concluiu Cheminade.
Militantes na Síria
O Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH) informaram, há cerca de 48 horas, que o Estado Islâmico executou mais de 200 de seus militantes na Síria há três dias. Eles pretendiam desertar do grupo jihadista e iriam ingressar nas fileira da Frente al-Nusra, ligada a Al-Qaeda.
Segundo a ONG com sede em Londres, eles foram enforcados e os corpos teriam sido jogados em uma depressão natural transformada pelo Estado Islâmico em vala comum. O OSDH destacou que os militantes mortos trocariam de grupo terrorista por questões ideológicas, entendendo que os jihadistas estariam errados.
Um outro grupo de aproximadamente 21 militantes foi detido pelo Estado Islâmico se preparando para fugir dos confrontos em torno da base aérea de Kwayres, em Aleppo. O Exército sírio tem obtido seguidas vitórias em combates nesta região do país.