A agência de defesa civil do Haiti elevou seu total oficial de mortos para 336. Trata-se de uma contagem mais lenta porque as autoridades precisam visitar cada vila para confirmar os números
Por Redação, com agências internacionais – de Porto Príncipe
A cólera matou pelo menos 13 pessoas no sudoeste do Haiti após a passagem do furacão Matthew. O registro foi feito por autoridades, neste domingo. E equipes do governo estão percorrendo a região para reparar centros de tratamento e alcançar o epicentro do surto.
A tempestade matou quase 900 pessoas no Haiti, muitas em cidades remotas. Segundo levantamento da agência inglesa de notícias Reuters, base nos números divulgados por autoridades locais, esses números tendem a subir. A agência de defesa civil do Haiti elevou seu total oficial de mortos para 336. Trata-se de uma contagem mais lenta porque as autoridades precisam visitar cada vila para confirmar os números.
Haiti destroçado
Seis pessoas morreram de cólera em um hospital na cidade de Randel e outras sete morreram em Anse-d’Ainault, disseram autoridades. Acrescentaram que é provável que águas de inundação se misturaram com esgoto. Cólera causa diarréia severa e pode matar em horas se não for tratada. A doença se espalha por água contaminada e tem curto período de incubação, o que leva a rápidos surtos.
— Randel está isolada, é preciso cruzar água, subir nas montanhas, os carros não podem passar, motos também não — disse Eli Pierre Celestin.
Celestin integra a equipe que combate cólera apoiada pelo Ministério da Saúde.
— As pessoas começaram a morrer. Há enfermeiras, mas não há médicos — disse.
Ele afirmou ainda que há surtos em Port-a-Piment e Les Anglais, cidades no final da península de Tiburon, que foi a mais atingida pelo Matthew nesta semana. O médico Donald François, diretor do programa de cólera do Ministério da Saúde do Haiti, afirmou que 62 outras pessoas estão com a doença como resultado da passagem do furacão.
Ajuda brasileira
Tropas brasileiras no Haiti trabalham no envio de comida e remédios para a população mais atingida pelo Matthew no país. A região oeste foi a mais castigada pela passagem do fenômeno.
A Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti (Minustah) informou que os militares atuam desde o carregamento de navios que saem da capital Porto Príncipe com donativos até a reconstrução de estradas e organização da distribuição dos mantimentos.
Até o momento, foram confirmadas 877 mortes no Haiti provocadas pelo furacão. A Minustah, entretanto, estima mais de mil óbitos. Não há registro de mortos entre os soldados das forças da Organização das Nações Unidas (ONU).
Furacão rebaixado
Ao tocar solo norte-americano, o Serviço Nacional de Meteorologia dos EUA rebaixou, neste domingo, o Furacão Matthew para a categoria de ciclone pós-tropical. Os fortes ventos deixaram dez mortos no país até o momento. No Haiti, perto de mil pessoas morreram após a passagem do furacão na última semana.
Apesar da redução significativa na intensidade, os ventos chegaram a 210 quilômetros por hora, na última sexta-feira. O serviço meteorológico norte-americano alerta que os perigos ainda são grandes e não devem ser minimizados. Para este domingo, a previsão é que os ventos atinjam até 120 quilômetros por hora.
“Matthew vai continuar a provocar fortes chuvas, com enchentes ameaçadoras e tempestades perigosas em áreas próximas ao Oceano Atlântico”, informou o departamento.
Sites oficiais de Savannah, cidade mais antiga da Geórgia, e de Charleston, na Carolina do Sul, orientam os turistas a permanecerem em seus hotéis. Pedem até mesmo que evitem sair da cidade, se houver um aumento das inundações.
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