A proposta de Palocci contém 45 anexos de informações e aponta supostos ilícitos e irregularidades praticados por bancos; como pagamento de propinas em contrapartida à aprovação de medidas legislativas.
Por Redação – de Brasília
Com a posse da procuradora-Geral da República, Rachel Dodge, aumentou significativamente a chance de o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci ter acesso aos benefícios de uma delação premiada. Desde que ele amplie o leque da denúncia “na direção de ex-companheiros petistas”, observa um analista político ouvido pela reportagem do Correio do Brasil.
A proposta de Palocci contém 45 anexos de informações e aponta supostos ilícitos e irregularidades praticados por bancos; como pagamento de propinas em contrapartida à aprovação de medidas legislativas. Estas e outras normas, editadas durante e após governos do PT, com propósito de ampliar a lucratividade das instituições financeiras.
A versão inicial, considerada “genérica” demais, havia sido praticamente descartada pela força-tarefa da Operação Lava Jato. Não havia, segundo os investigadores, dados e provas suficientes para levá-la adiante. Mas a proposta de delação foi completamente revisada, após seu último depoimento ao juiz Sérgio Moro, titular na Primeira Instância das investigações da Operação Lava Jato.
Conivência
Após entregar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em uma bandeja para Sérgio Moro, o ex-ministro petista obteve sinalização do Judiciário para seguir adiante. O nome de Lula havia sido citado, pela primeira vez, por um petista.
A PF busca, desde 2013, dados para abastecer de provas os inquéritos que tratam de crimes contra o sistema financeiro nacional. A falcatruas já foram relatadas por outros delatores; entre eles os doleiros Alberto Youssef e Nelma Kodama. Outros operadores financeiros também apontaram falhas consideradas graves. Entre elas, a ausência de um sistema de segurança confiável para as operações. Sem contar a ‘displicência’ de instituições bancárias e corretoras de valores com questões relevantes quanto ao registro das operações financeiras.
Operador de câmbio de Nelma Kodama, Luccas Pace Júnior, no final de 2014, revelou à Lava Jato toda a documentação que apontava para a conivência de quatro grandes bancos com o esquema de lavagem de dinheiro decorrente da corrupção na Petrobras. A quadrilha de Nelma movimentava US$ 300 mil por dia em 2013. Mas tentava encobrir os rastros de ilicitude com medidas precárias, ignoradas pelos grandes bancos.
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