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As esquerdas, os militantes e os filiados

17 de Março de 2017, 13:39 , por Jornal Correio do Brasil - | No one following this article yet.
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Acontece que na nossa história recente das esquerdas, o PT, principal protagonista das mudanças sociais das três últimas décadas, se definiu como um partido de massas

 

Por Maria Fernanda Arruda – do Rio de Janeiro

 

As esquerdas precisam de militantes ou de filiados? Esta é uma questão recorrente entre dirigentes e formuladores do campo das esquerdas, que abrange diversos, mas sempre com a capacidade de indignar- se perante as injustiças de qualquer espécie. Inclusive os preconceitos de gênero, étnicos, culturais,  regionais e sociais. Sem esquecer da misoginia e xenofobia que se apresenta inclusive na forma paroquial.

Um dos clássicos debates é o que ocorreu entre Lenin e Rosa de Luxemburgo, em que aquele defendia um partido de quadros e esta um partido de massas.

Maria Fernanda Arruda

Maria Fernanda Arruda é colunista do Correio do Brasil, sempre às sextas-feiras

Acontece que na nossa história recente, o PT, principal protagonista das mudanças sociais das três últimas décadas, se definiu como um partido de massas. Apesar de ter muitos quadros que fazem parte da sua direção ou nas coordenações de alguns agrupamentos.

Há uma grande quantidade de dirigentes que se consideram quadros. Mas isto é um complicador, pois foram formados num processo desvirtuado que resultou na ” lógica das garrafinhas”. E em um aparelhismo desbragado. Na realidade, tais quadros não passam de gerentes de pequenos projetos pessoais, sejam de seus chefes ou de si próprio.

Mala e cuia

Atualmente, pelo fato de o Brasil estar vivendo um momento delicado, após um golpe de caráter fascista, entreguista e higienista, alguns militantes como eu ficam refletindo: quantos, no universo  de  2,5 milhões de filiados, são realmente militantes. A tal lógica das garrafinhas, no meu ponto de vista, nos levou, entre outros desmontes, a nos desarmar ideologicamente.

Pergunto: como fazer os enfrentamentos necessários para a defesa de direitos humanos? Como ter estrutura ideológica firme em função das diversas formas que vêm sendo desenvolvidas para cooptar, intimidar,  criminalizar e neutralizar implementadas pelos operados do golpe? Sabemos que alguns ditos ‘quadros’ já foram, de mala e cuia, para outros braços. É só verificar onde está o ex deputado Vaccarezza.

Na minha impressão, muitos dirigentes têm uma prática utilitarista, quando subalternizam e sugam alguns filiados. Dificultam ou impedem a autonomia ativa do militante/filiado fazendo com que se tornem passivos. Meros cumpridores de ordens ou defensores de seus empregos ou sua posição em alguma estrutura vinculada ao seu agrupamento e/ou mandato.

Esquerdas do PT

Necessitamos que o partido dê poder e respeito aos militantes protagonistas ativos com capacidade propositiva, que possam intervir no seu entorno, no seu dia a dia. Urge se investir na formação política de forma criativa, pois senão só nos restará ser um pouco diferentes dos mesmos.

Os filiados ativos devem ter uma política massiva de formação política. Com instrumentos diversos para que o PT possa ter quadros de diferentes níveis de capacidade de intervenção.

Será que estou delirando?

Maria Fernanda Arruda é escritora, midiativista e colunista do Correio do Brasil.

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Fonte: http://www.correiodobrasil.com.br/esquerdas-militantes-filiados/

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