Por Redação, com Reuters – de São Paulo:
A atividade econômica brasileira encerrou com contração de 1,41% o terceiro trimestre, o quarto seguido de perdas num ambiente de incertezas fiscais e políticas no país.
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) divulgado nesta quarta-feira, espécie de sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), registrou recuo de 0,50% em setembro, depois de cair 0,76% em agosto, segundo dados divulgados pelo BC nesta quarta-feira.
O resultado de setembro, o quarto mês seguido de perdas este ano na base mensal, foi levemente melhor do que a expectativa em pesquisa da agência de notícias Reuters com analistas, de queda de 0,60%.
O terceiro trimestre é o quarto seguido em que o IBC-Br mostra recuo, após taxas negativas de 2,09% no segundo, 1,05% no primeiro e de 0,50% no quarto trimestre de 2014.
O BC ainda apontou que o IBC-Br caiu 5,85% em setembro sobre o mesmo mês do ano passado, chegando a uma queda acumulada de 3,37% no ano e de 2,73% em 12 meses, sempre em números dessazonalizados.
O resultado aprofunda ainda mais o cenário de recessão do país, na qual o Brasil entrou no segundo trimestre, quando encolheu 1,9% sobre os três meses anteriores segundo os dados do IBGE.
Nesse ambiente, os resultados negativos de vários setores da atividade vêm se repetindo de forma recorrente, somando-se aos juros e inflação altos, piora do mercado de trabalho e confiança em deterioração diante das incertezas políticas.
Em setembro, a produção industrial registrou queda de 1,3% sobre agosto, pior resultado para o mês na série histórica, enquanto as vendas no varejo recuaram 0,5%.
Segundo a pesquisa Focus do BC, que ouve semanalmente uma centena de economistas, a expectativa é de que o PIB registre contração de 3,10% este ano, com a fraqueza avançando para 2016, quando a queda esperada é de 2%.
O IBC-Br incorpora projeções para a produção no setor de serviços, indústria e agropecuária, assim como o impacto dos impostos sobre os produtos.