A esportista de 37 anos, que conquistou uma medalha de prata na corrida de 400 metros com cadeira de rodas, sofre de uma doença espinhal incurável e degenerativa
Por Redação, com Reuters – do Rio de Janeiro:
A atleta paralímpica belga Marieke Vervoort disse que continua cogitando uma eutanásia, mas que, ao contrário do que foi dito pela mídia, não irá pôr fim à própria vida logo após participar da Paralimpíada do Rio de Janeiro de 2016.

A atleta paralímpica belga Marieke Vervoort
A esportista de 37 anos, que conquistou uma medalha de prata na corrida de 400 metros com cadeira de rodas no sábado, sofre de uma doença espinhal incurável e degenerativa e se inscreveu em 2008 para uma eutanásia na Bélgica, onde a prática é legal.
Antes dos Jogos, a mídia belga noticiou que ela poderia tirar a vida após as competições do Rio, mas Marieke negou os relatos em uma coletiva de imprensa emotiva no domingo.
– Estou com os papéis (da eutanásia) em mãos, mas ainda estou aproveitando cada momento – disse ela a repórteres. “Quando chegar o momento em que eu tiver mais dias ruins do que bons, aí tenho os papéis da eutanásia, mas essa hora ainda não chegou”.
Marieke, que foi diagnosticada com a dolorosa doença ainda na adolescência e conquistou o ouro paralímpico nos 100 metros e a prata nos 200 metros nos Jogos Olímpicos de Londres de 2012, confirmou que a Rio 2016 será sua última atuação em competições.
Ela acrescentou que ter a escolha de encerrar a própria vida lhe deu esperança e força e deu ensejo a um diálogo sobre o suicídio assistido em países de todo o mundo.
– Quando eu não tinha esses papéis, teria cometido suicídio – afirmou.
– Espero que outros países como o Brasil consigam falar a esse respeito. Isso faz as pessoas viverem mais. Não significa que quando as pessoas assinam os papéis elas têm que morrer duas semanas depois. Assinei meus papéis em 2008. E vejam só, (estamos em) 2016 e conquistei uma medalha de prata.
– Agora meu medo da morte acabou. A morte assistida é algo como operarem você, você dorme e não acorda mais. Dá a sensação de que será pacífico. Não quero sofrer quando morrer.
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