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Aumento no preço do diesel mobiliza caminhoneiros para nova greve

18 de Abril de 2019, 15:25 , por Correio do Brasil - | No one following this article yet.
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Líderes do movimento dos caminhoneiros alertam para mobilização nos próximos dias, em todos os Estados do país.

 

Por Redação – de São Paulo

 

O aumento no preço do diesel em R$ 0,10 por litro, anunciado na na noite passada, foi recebido como um sinal do governo aos caminhoneiros, que prometem uma reação pesada, nos próximos dias. Embora tenha editado um pacote de medidas, a ala mais radical dos motoristas se mobiliza, enquanto uma parcela prefere aguardar, antes de paralisar as estradas brasileiras.

No ano passado, a greve dos caminhoneiros, transformada em locaute, paralisou a economia do paísNo ano passado, a greve dos caminhoneiros, transformada em locaute, paralisou a economia do país

Para o caminhoneiro Wanderlei Alves, o Dedeco, um dos principais líderes da categoria, não há out alternativa senão paralisar o setor.

— O governo pagou para ver. Agora só estamos vendo a data, mas será em menos de dez dias — disse, a jornalistas.

Piso mínimo

Dedeco acrescenta que a conta não fecha. O preço do frete continua igual, enquanto os custos sobem. Para quem gasta 10 mil litros de diesel por mês, o aumento significa um prejuízo de R$ 1 mil.

— O governo insiste em tratar do setor com quem não tem caminhão — critica o caminhoneiro.

Em mensagem enviada ao ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, o caminhoneiro Josué Rodrigues, um dos líderes na Região Norte, também ameaça nova greve para o mês que vem caso o preço do combustível não seja congelado e o tabelamento do frete permaneça sem efeito.

— Se não fizer valer o piso mínimo do frete, nós vamos parar, não tem jeito. Se não agir antes do dia 21 de maio vai ter uma paralisação sangrenta, pode ter certeza — acrescentou.

‘Deixa disso’

Há representantes, porém, que preferem jogar água fria na fervura. Estes desaconselham uma nova paralisação, tendo em vista a precariedade financeira do segmento.

— Está todo mundo quebrado — afirma Bruno Tagliari, um dos líderes no sul do país. No caso dele, se parar de trabalhar, não conseguirá pagar suas despesas fixas, de R$ 6 mil por mês.

Apesar da frustração, também há boa vontade por parte por parte dos caminhoneiros em dar mais tempo para o novo governo, afirma Ivar Luiz Schmidt, um dos líderes do Comando Nacional do Transporte (CNT) no Nordeste. A maioria votou em Jair Bolsonaro para presidente, “mas paciência tem limite”, avisam os caminhoneiros nas redes sociais.

Dentro dos grupos de WhatsApp, as medidas dos últimos dias são vistas como resultado da fragilidade da categoria, que não se valoriza. A insatisfação quanto à representatividade da categoria, em Brasília, no entanto, é um ponto que incomoda a todos.

Representações

Também favorável a manter a desmobilização da categoria, o presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Cargas de Volta Redonda e Região Sul Fluminense (Sinditac-VR), Francisco Wild, o reajuste do diesel poderá ser compensado com aumento do piso do frete.

— Tem que ser assim, está na lei, e o gatilho vai resolver. Antes, o combustível aumentava e o piso só era reajustado muito tempo depois – afirmou, logo após o anúncio da Petrobras. Wild garantiu que os motoristas autônomos de sua região não têm intenção de parar.

Segundo Alves, porém, as representações que atuam, hoje, em Brasília junto ao governo federal não têm controle sobre caminhoneiros de todo o país.

— Há de 20 a 30 lideranças espalhadas por todos os Estados se comunicando em articulação. Eles podem dizer com todas as letras que não vamos parar, mas nós vamos, se nada for feito — ponderou.

Retrocesso

Em uma análise sobre o movimento, o decano dos jornalistas brasileiros, Helio Fernandes — fundador do diário Tribuna da Imprensa — escreveu, sob o título: “O desgoverno Bolsonaro apavorado com caminhoneiros”, que há grande chance de haver uma nova paralisação:

“Eles pararam o país inteiro no ano passado, tomaram consciência da sua força, ameaçam repetir a façanha. Só que agora tomaram a iniciativa, falam em greve total da categoria.

“Em vez de repressão, o desgoverno (Bolsonaro) tenta conversar, oferece uma porção de vantagens. Como supostamente ainda tem 4 anos de governo,(desgoverno) Bolsonaro poderia inscrever seu nome na Era da modernidade.

“Acabando com o retrocesso e a lentidão.Trocando o caminhão pela ferrovia, como acontece na maioria dos países. Em 4 anos poderia renovar 30 ou 40%, (menos os 100 dias de inoperância, incompetência e imprudência) do sistema arcaico e ultrapassado. Mas progresso, nada a ver com o passado, presente e futuro, do eterno capitão”, conclui.


Fonte: https://www.correiodobrasil.com.br/aumento-preco-diesel-mobiliza-caminhoneiros-nova-greve/

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