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Áustria irá construir cerca na fronteira com a Eslovênia

ноября 13, 2015 12:45 , by Jornal Correio do Brasil - | No one following this article yet.
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Por Redação, com DW – de Berlim:

A Áustria anunciou nesta sexta-feira que vai construir uma cerca de 3,7 quilômetros de comprimento e 2,2 metros de altura na fronteira com a Eslovênia para assegurar a entrada ordenada de imigrantes pelo posto fronteiriço de Spielfeld.

A divisória, que deverá estar pronta em torno de dois meses, será a primeira entre dois países que integram o espaço de livre circulação europeu Schengen.

– Estamos falando de uma entrada ordenada e não de uma barreira – disse à imprensa o chefe de gabinete do chanceler Werner Faymann, Josef Ostermayer.

A proteção poderá ser reforçada com arame farpado se houver necessidade, disse o diretor-geral de Segurança Pública, Konrad Kogler.

A Áustria anunciou nesta sexta-feira que vai construir uma cerca de 3,7 quilômetros de comprimento
A Áustria anunciou nesta sexta-feira que vai construir uma cerca de 3,7 quilômetros de comprimento

A decisão austríaca foi anunciada um dia depois de o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, ter afirmado que o espaço Schengen está à beira do colapso e que a única forma de salvá-lo é reintroduzir o controle nas fronteiras internas da União Europeia (UE).

A Áustria tinha previsto inicialmente instalar uma grade de 25 quilômetros de comprimento, mas, segundo a ministra do Interior, Johanna Mikl-Leitner, a Eslovênia pediu que o plano fosse adiado, acenando com reforços das medidas de segurança do lado esloveno para evitar o cruzamento desordenado da fronteira – incluindo patrulhas mais frequentes e um “corredor cercado de segurança”.

A ministra afirmou que, caso as novas medidas de segurança da Eslovênia não se mostrem suficientes, Viena está se preparando para ser capaz de levantar em 48 horas a cerca de 25 quilômetros inicialmente planejada.

A Áustria e a Eslovênia partilham uma fronteira de 330 quilômetros e são ambas importantes países de trânsito dos milhares de imigrantes que fazem a chamada rota dos Bálcãs para chegar ao norte da Europa.

A maioria deles não permanece na Áustria, mas o governo espera um recorde de 95 mil pedidos de asilo em 2015. Nesta semana, a Eslovênia anunciou a construção de uma cerca de arame farpado na fronteira com a Croácia, país que não é membro do espaço Schengen.

Política migratória

Segundo o ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schäuble, o movimento dos refugiados poderá se alastrar como um desabamento de neve. “Uma avalancha pode ser desencadeada quando um esquiador um tanto descuidado vai até o precipício e desloca um pouco de neve”, comentou o democrata-cristão na quarta-feira, durante um evento do Centro de Política Europeia (CEP) em Berlim.

Mais do que chefe de pasta, o político de 73 anos da União Democrata Cristã (CDU), que já ocupou numerosos cargos públicos em sua longa carreira, é uma opinião sempre ouvida com atenção e respeitada na Alemanha.

Desta vez, o ministro da Justiça Heiko Maas criticou imediatamente a comparação de seu colega de gabinete. “Gente passando necessidade não é uma catástrofe natural”, escreveu o social-democrata no Twitter. “Devemos travar o debate sobre os refugiados de forma judiciosa, e não jogar lenha na fogueira com palavras.”

Chuva de críticas

Visto lado a lado com as recentes boas-vindas irrestritas da chanceler federal alemã, Angela Merkel, aos recém-chegados, esse episódio se encaixa num debate maior: a indecisão da política de Berlim para com os refugiados. As regras para acolhimento dos solicitantes de asilo, sobretudo vindos da Síria, têm estado sujeitas a mudanças constantes, quase frenéticas.

O capítulo mais recente, em que o ministro do Interior, Thomas de Maizière, voltou a colocar em vigor a regra de Dublin para os imigrantes sírios fez vir à tona no Parlamento alemão o descontentamento com a forma como se está lidando com a crise migratória.

No debate posterior ao anúncio, choveram críticas, até mesmo por parte do Partido Social Democrata (SPD), da coalizão de governo. Para tal, o relator da legenda para a política de asilo, Lars Castellucci, empregou uma expressão idiomática relativamente rude: “Não vamos ficar caçando uma porca diferente pelo meio da aldeia a cada semana!”

O deputado teme que agora o prazo dos trâmites para regularização dos refugiados seja dilatado, o que não fora combinado. “Esses processos precisam fazer sentido”, exigiu Castelucci, dirigindo-se ao chefe da pasta do Interior.

“Falta de direção”

Os oradores dos maiores partidos de oposição – o Verde e o A Esquerda, aparentavam irritação e emocionalidade durante a confrontação no Bundestag (câmara baixa do Parlamento). A porta-voz da bancada verde para política de refugiados, Luise Amtsberg, acusou o governo de “falta de concepção e de direção”.

Seu principal ponto de crítica foi o comunicado de De Maizière de que a reunião das famílias dos refugiados sírios será restringida, e de que se voltará a examinar em mais detalhe os pedidos de asilo. Amtsberg prevê, em consequência, prazos de processamento ainda mais longos para os requerimentos, por repartições que já estão sobrecarregadas. “O senhor precisa ter consciência de que desse modo está agravando a situação ainda mais”, acusou.

Ulla Jelpke, porta-voz do partido A Esquerda para assuntos internos, ressaltou que, dificultando-se a reunião familiar, ficam bloqueados para os refugiados “os únicos caminhos legais para a Alemanha”. Assim, ainda mais mulheres e crianças passarão a enfrentar a perigosa rota pelo Mar Mediterrâneo.

Dirigindo-se aos deputados do SPD, Jelpke pediu: “Não participem dessa política restritiva!” Os social-democratas são a segundo maior força na coalizão governamental alemã, depois do bloco conservador, formado pela União Democrata Cristã (CDU) e União Social Cristã (CSU). A também esquerdista Sevim Dagdelen apelou para a compaixão dos deputados da CDU-CSU: “Os senhores também têm família!”

Luta entre De Maizière e Merkel?

Para o porta-voz de política interna dos verdes, Volker Beck, a iniciativa do democrata-cristão De Maizière é “descarada”, por contrariar as metas anunciadas publicamente por Merkel.

Beck diagnosticou “uma luta aberta de um ministro do Interior em torno da competência de uma chanceler federal para estabelecer diretrizes”. Apesar de oposicionista, ele disse não poder se alegrar verdadeiramente com a briga nas alas governistas, uma vez que o conflito é travado “nas costas dos refugiados”.

Diante dos parlamentares, De Maizière justificou de forma reticente suas declarações e medidas na política de refugiados. Ele disse que defende hoje um procedimento diferente do que um ano atrás, porque “a situação mudou”. Como a quantidade de imigrantes sírios é inesperadamente grande, seria preciso evitar que “os números elevados de refugiados tripliquem ou quadrupliquem, com a chegada das famílias”.

A justificativa recebeu aplauso da bancada democrata-cristã. Atualmente, o ministro angaria mais simpatias junto à CDU-CSU do que a chefe de partido e de governo, Angela Merkel.

Caos em vez de ordem

De Maizière sublinhou o difundido mal-estar sobre a real identidade daqueles que agora procuram abrigo na Alemanha, mencionando que muitos dos que pedem asilo como sírios sequer são oriundos do país árabe. Por isso a necessidade de entrevistas orais.

Há pouco mais de um ano, o Ministério alemão do Interior estipulara que os casos dos imigrantes da Síria seriam tratados sumariamente através de um processo por escrito, segundo as determinações da Convenção de Genebra. Até então, após um procedimento oral, eles recebiam uma “proteção subsidiária”, menos abrangente, em que, por exemplo, as chances de uma reunião familiar eram menores. Berlim modificou esse ponto em agosto último, simplificando o ingresso da família.

Em seguida, porém, as lideranças dos partidos da coalizão, SPD e CDU-CSU, concordaram em aprovar o mais rápido possível uma lei que impede a reunião familiar antes de dois anos. Nesse ínterim houve, ainda, um confuso vai-e-vem quanto à aplicação da regra de Dublin aos sírios. A legislação da União Europeia dita que os refugiados devem apresentar seu pedido de asilo no país em que pisam o solo da UE pela primeira vez. Isso não vale, contudo, para a Grécia, de onde a maioria dos sírios vem.

Cerca de dois meses depois de o Departamento Federal de Migração e Refugiados (BAMF) anunciar no Twitter que não mais aplicaria a regra de Dublin aos recém-chegados da Síria, surpreendentemente, o ministro De Maizière voltou atrás na decisão. O vice-presidente dos social-democratas e encarregados para assuntos de migração do governo alemão, Aydan Özoğuz, comentou assim essa última reviravolta: “Não pode ser que, em vez de cuidar para que haja ordem, o ministro do Interior torne os processos caóticos, quase diariamente.”


Источник: http://correiodobrasil.com.br/austria-ira-construir-cerca-na-fronteira-com-a-eslovenia/

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