O mercado doméstico de câmbio piorou após o locaute dos caminhoneiros elevar as preocupações com a deterioração do quadro fiscal do Brasil.
Por Redação – de São Paulo
A constante alta do dólar, nesta sessão acima de R$ 3,90, obrigou o Banco Central a novamente anunciar intervenção extraordinária no mercado cambial; tentando trazer mais equilíbrio ao mercado afetado pelo nervosismo dos investidores com as cenas política e fiscal locais.
— Estamos vendo um pequeno ataque especulativo ao Brasil via câmbio, mas acredito que é perfeitamente contornável — afirmou o sócio-gestor da gestora Leme Investimentos, Paulo Petrassi.
O mercado doméstico piorou após o locaute dos caminhoneiros elevar as preocupações com a deterioração do quadro fiscal do Brasil, com a redução do preço do diesel gerando impacto bilionário sobre as contas do governo.
Swaps
Além disso, pesquisas eleitorais têm mostrado dificuldade dos candidatos que o mercado considera como mais comprometidos com ajustes fiscais de ganhar tração na corrida presidencial.
Com isso, o BC vem atuando com mais força nos mercados e, nesta sessão, anunciou e vendeu integralmente a oferta de até 40 mil novos swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares.
Mais cedo, o BC já havia vendido integralmente outro lote de até 15 mil novos swaps, injetando com esses dois leilões US$ 6,866 bilhões neste mês no mercado.
O BC também ofertará até 8.8 mil swaps para rolagem do vencimento de julho. Se mantiver esse volume até o final do mês, rolará integralmente o volume de US$ 8,762 bilhões.
Novos leilões
A turbulência recente levaram os estrategistas elevaram suas projeções para o dólar, mas a incerteza sobre as cotações disparou, mostrou pesquisa da agência inglesa de notícias Reuters, ilustrando como o salto da moeda norte-americana colocou em xeque os mantras otimistas que marcaram os últimos meses.
— O BC tem mesmo que atuar. Se o dólar bater em 4 reais vai ter um mal-estar muito grande..Ele tem artilharia grande. Precisa aumentar o swap. Se complicar, usar (leilão de) linha. Tem que mostrar pulso firme — afirmou Petrassi, referindo-se aos leilões de venda de dólares no mercado à vista com compromisso de recompra.
Especialistas consultados pela agência disseram que, caso o dólar permaneça acima do patamar de R$ 4, a atual política monetária do BC teria de ser alterada, com eventuais altas da Selic. No exterior, o dólar também tinha viés de alta ante divisas de países emergentes, subindo ante os pesos chileno e mexicano.
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