Bolsonaro criticou, ainda, a posição do Brasil em rankings internacionais de educação. Ele afirmou ser necessário melhorar o ensino no país, e apontou as escolas cívico-militares como um caminho para atingir esse objetivo.
Por Redação – do Rio de Janeiro
Embora o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tenha se beneficiado, politicamente, com a distribuição do auxílio emergencial durante a pandemia, em curso, ele disse nesta sexta-feira, durante inauguração de escola cívico-militar no Rio de Janeiro, que programas sociais, “em grande parte”, não resgatam os pobres. O governo segue a linha neoliberal.
Em solenidade militar, Bolsonaro critica o sistema educacional brasileiro— Geralmente quem entra nessas escolas (cívico-militares) são os filhos dos mais pobres. E é uma maneira de nós mostrarmos que queremos realmente resgatar o pobre, não apenas através de projetos sociais, que em grande parte, não resgatam, é dando-lhes o devido conhecimento — disse o mandatário neofascista, durante a cerimônia.
O Pisa
Bolsonaro criticou, ainda, a posição do Brasil em rankings internacionais de educação. Ele afirmou ser necessário melhorar o ensino no país, e apontou as escolas cívico-militares como um caminho para atingir esse objetivo.
— Os projetos sociais são bem-vindos, mas o que liberta um homem ou um mulher é o conhecimento, e devemos investir nisso. O Brasil estava na contramão da educação, isso se comprova com as provas do Pisa, onde somos sempre penúltimo, antepenúltimo ou último entre 70 países — afirmou.
Militante
Do lado de fora da escola, um homem não identificado chegou a criticar o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (Republicanos), que também estava presente na cerimônia. Através do sistema de um equipamento de som, o manifestante chamou o prefeito de “Judas” e disse que a praia é do povo.
— O que nós queremos na educação é que, no fim da linha, esse jovem, com 20, 21, 22 anos ou 25 anos, seja formado um profissional, um bom profissional, um bom patrão ou um bom liberal, e não apenas, como acontece em parte no Brasil, apenas um militante político — emendou o presidente.
Um lixão
As palavras foram uma referência à polêmica criada nesta semana quando o governo municipal cogitou a possibilidade de criar demarcações na areia da praia para autorizar a volta do banho de sol sem que houvesse aglomerações, para evitar a disseminação do coronavírus.
O mesmo manifestante, que estaria em uma casa vizinha à escola, elogiou Bolsonaro, mas ressaltou que ali perto havia um lixão. Logo em seguida, a banda da Guarda Municipal começou a tocar para abafar o ato do manifestante.
Pesquisa
Ainda nesta sexta-feira, o Instituto DataFolha indicou em pesquisa que Bolsonaro está com a melhor avaliação desde que começou o seu mandato. Segundo o instituto, 37% dos brasileiros consideram seu governo ótimo ou bom, ante 32% que o achavam na pesquisa anterior, feita em 23 e 24 de junho.
A rejeição a Bolsonaro também caiu. Na pesquisa anterior, o percentual dos que consideravam seu governo ruim e péssimo era 44%, agora é 34%. Por sua vez, 27% consideram o governo Bolsonaro regular, ante 23% em junho.
Bolsonaro beneficiou-se de um programa social que não partiu do governo. De acordo com a propostas de Bolsonaro, o auxílio emergencial deveria ser de R$ 200. Foi a oposição, no Congresso, que aumentou para R$ 600. O instituto entrevistou por telefone 2.065 pessoas de 11 a 12 de agosto. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou menos.
Bolsonaro permanece no Rio de Janeiro até sábado e terá mais três eventos fechados à imprensa. Nos últimos dias ele tem intensificado suas viagens pelo país. Nesta semana já esteve, além do Rio de Janeiro, em São Paulo e no Pará.