O defensor público do torturador Brilhante Ustra ainda por cima vocifera contra o voto ao afirmar que “não muda nada e o que pode mudar seria através de uma guerra civil”. Bolsonaro é isso aí e muito mais, inclusive quando afirmou na tal entrevista que se fosse Presidente da República uma das primeiras coisas que faria seria “fechar o Congresso”.
Mário Augusto Jakobskind, do Rio de Janeiro:

Bolsonaro e o sonho de ser Hitler
Circula na internet, graças a pesquisa do jornalista Bob Fernandes, uma entrevista feita há 17 anos*, por Jair Marchezini, em que o atual deputado Jair Bolsonaro (chamado pelo jornalista Bob Fernandes de Messias Bolsonaro) defende “a tortura e matando uns 30 mil começando por FHC”.
E disse mais; “se vai morrer alguns inocentes, tudo bem”. O defensor público do torturador Brilhante Ustra ainda por cima vocifera contra o voto ao afirmar que “não muda nada e o que pode mudar seria através de uma guerra civil”. Bolsonaro é isso aí e muito mais, inclusive quando afirmou na tal entrevista que se fosse Presidente da República uma das primeiras coisas que faria seria “fechar o Congresso”.
Bolsonaro quer no fundo mesmo ser um Hitler brasileiro, como comentou Bob Fernandes, e sua pregação de ódio merece o repúdio de todos. Não se pode admitir a existência de um político como esta figura nefasta defensora da ditadura civil militar que assolou o Brasil durante 21 anos e provocou torturas e assassinatos praticados por militares e civis do gênero Brilhante Ustra.Há 17 anos ele já defendia a tortura, não foi à toa que defendeu e elogiou Brilhante Ustra no último dia 17 de abril quando a Câmara dos Deputados aprovou o impeachment de Dilma Rousseff, numa sessão cuja imagem correu o mundo envergonhou o Brasil.
O Brasil hoje corre riscos com outras figuras do mundo político além de Bolsonaro, que continua a defender posições autoritárias, inclusive fazendo apologia da ditadura civil militar de 21 anos que assolou o país. É o caso do atual Ministro golpista da Justiça Alexandre Moraes. A última por ele protagonizada foi a antecipação do esquema da Operação Lava Jato. Em um ato do PSDB, Moraes deu o recado aos seus correligionários afirmando que “na semana acontecerá mais ainda na Lava Jato e aí vocês vão lembrar-se de mim”. No dia seguinte foi preso o ex-Ministro Antonio Palloci.
Revela então a mídia conservadora que o golpista Michel Temer teria demonstrado contrariedade pelo que foi feito pelo seu Ministro da Justiça. O fato mais pareceu uma jogada midiática do governo golpista do que outra coisa. Temer e Moraes falaram por telefone e o Ministro acabou convencendo o poderoso chefão de que o que falou na reunião do PSDB em Ribeirão Preto tinha sido apenas “coincidência”. O fato ainda está sendo investigado, mas resta saber como reagirá o golpista Temer se a conclusão incriminar Moraes. Se for uma investigação isenta mesmo, a declaração de Alexandre Moraes não passa incólume.
Assim segue caminhando o governo golpista no rumo da transformação do Brasil em uma mera colônia para favorecer ao capital financeiro internacional. Mas o esquema quer ainda mais e está visivelmente pressionando o golpista Temer a cumprir agenda da consolidação de um Estado mínimo, como o defendido enfaticamente pelos políticos do PSDB.
Apesar da aliança do PMDB com o PSDB, nem tudo são flores nas hostes golpistas. O PMDB reluta na caminhada de consolidação de Estado mínimo. E tudo se explica pela necessidade do fisiológico partido que ocupou a Presidência necessitar do Estado para o atendimento de suas reivindicações para acomodar os seus pares que sempre correram atrás das tais boquinhas. Não que o PSDB não deseje também boquinhas, mas só que a sua ideologia de enfraquecimento e liquidação do Estado é mesmo um dos pontos principais de seu ideário. Os tucanos neoliberais querem o Estado máximo para favorecer o capital, vide o BNDES e as privatizações.
A TV Globo também cumpriu agora um papel através do tal Faustão, que ao criticar Temer argumentou contra a “porra deste governo que mal começou”. E assim seguiu o recado autorizado pela família Marinho. Na prática o aviso foi dado de forma clara, tanto assim que analistas começam a admitir que se o golpista Temer não seguir totalmente a agenda poderá ser chutado no ano que vem para que ocorra uma eleição indireta e os parlamentares elejam alguém mais radical para levar adiante o projeto de favorecimento do capital.
Guardando-se, claro, as devidas proporções, o Brasil poderá repetir como farsa mais um golpe dentro de um golpe, como ocorreu, em 13 dezembro de 1968, com a decretação do fatídico AI-5. É preciso ressaltar, no entanto, que o momento atual é distinto, tanto a nível nacional como internacional. Os atuais golpistas procuram disfarçar ao máximo, contando para tanto com a inestimável colaboração da mídia conservadora e seus colunistas de sempre.
Temer de qualquer forma procura demonstrar que apesar de algumas contradições está cumprindo uma agenda criada por seus apoiadores das mais diversas áreas, sobretudo a patota da FIESP.
Na área internacional foi à ONU tentar convencer o mundo que no Brasil não houve um golpe institucional e que o país atravessa um “momento de tranquilidade”, o que não resiste a fatos concretos, inclusive as manifestações diárias em várias capitais contra seu governo golpista.
Resta aguardar o desenrolar dos acontecimentos para ver o que os golpistas estão querendo mais aprontar em cima da maioria da população brasileira, que pouco a pouco desperta do pesadelo que representa a ascensão dos golpistas que ocuparam o governo e querem descontar o tempo perdido quando não mandavam totalmente, indo com muita sede ao pote em inúmeras conquistas sociais alcançadas ao longo da história.
(*) ver no Google: Jair Bolsonaro é contra a democracia; Jair Bolsonaro = Adolf Hitler
Mário Augusto Jakobskind, jornalista e escritor, correspondente do jornal uruguaio Brecha; membro do Conselho Curador da Empresa Brasil de Comunicação (TvBrasil). Consultor de História do IDEA Programa de TV transmitido pelo Canal Universitário de Niterói, Sede UFF – Universidade Federal Fluminense Seus livros mais recentes: Líbia – Barrados na Fronteira; Cuba, Apesar do Bloqueio e Parla , lançados no Rio de Janeiro.
Direto da Redação é um fórum democrático de debates editado pelo jornalista Rui Martins.
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