Ir para o conteúdo

Correio do Brasil

Voltar a CdB
Tela cheia Sugerir um artigo

Boulos acusa governo tucano por ‘prisão política e leviana’

18 de Janeiro de 2017, 16:15 , por Jornal Correio do Brasil - | No one following this article yet.
Visualizado 46 vezes

Segundo Boulos, “a polícia entrou numa comunidade onde moravam 700 pessoas até de manhã, moravam lá há um ano e meio. As casas (estavam) consolidadas, com tudo que tinham. Entrou com três blindados, com jato d’água, com bomba de gás lacrimogêneo

 

Por Redação – de São Paulo

 

Coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos acusou, frontalmente, o governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, de ordenar sua prisão, de forma ilegal, arbitrária e levado por motivação política. Boulos negou ter cometido ou incitado atos violentos e diz que o movimento foi à invasão buscar uma saída negociada e pacífica.

Boulos concedeu uma entrevista coletiva, após permanecer preso por 10 horas, acusado de incitação à violência

Boulos concedeu uma entrevista coletiva, após permanecer preso por 10 horas, acusado de incitação à violência

Para o cientista político e professor da Universidade de São Paulo (USP), tratou-se de “uma prisão política”.

— Alegaram incitação à violência. Eles despejam 700 famílias com violência, e eu que incitei a violência. É uma prisão descabida. Atribuíram a mim coisas que não aconteceram — disse o ativista sem-teto ao diário conservador paulistano Folha de S. Paulo, onde mantém uma coluna semanal.

Blindados

Ao jornal, Boulos afirmou ter sido acusado de “incitação à violência, agressão, desobediência”.

— O MTST foi lá garantir o direito das pessoas que estavam sendo despejadas. Buscar uma saída negociada e pacífica. A Tropa de Choque avançou, jogou bombas e querem encontrar um culpado — acrescentou.

Ainda segundo Boulos, “a polícia entrou numa comunidade onde moravam 700 pessoas até de manhã, moravam lá há um ano e meio. As casas (estavam) consolidadas, com tudo que tinham. Entrou com três blindados, com jato d’água, com bomba de gás lacrimogêneo, bomba de estilhaço, bala de borracha. Ou seja, o problema são algumas pessoas que tentaram minimamente resistir a isso? É uma inversão completa de valores. Parece que houve um policial ferido e mais de dez pessoas da comunidade feridas”.

Ele negou que tenha havido incitação à violência:

— Não ocorreu, é uma mentira deslavada. Uma ação política, leviana e sem o menor fundamento.

Luta por direitos

Para a polícia, o cientista social é um ‘agitador contumaz’.

— Quando o capitão da Tropa de Choque me deteve, eu perguntei a ele o motivo, ele disse (que era) incitação à violência, outros crimes e se referiu a outras manifestações do movimento, em especial uma que ocorreu em frente à casa do (presidente de facto) Michel Temer. Ele também comandava a Tropa de Choque naquela ocasião em que houve um conflito com o MTST.

Boulos também frisou que “há no país um movimento de criminalização dos movimentos sociais”.

— Há uma tentativa de desmoralizar os movimentos, (afirmando-se que) movimento quer favor, quer vantagem, descaracterizando a luta por direitos. Essa desmoralização prepara terreno para a criminalização — pontua.

Sem medo

O coordenador do MTST foi liberado da delegacia após 10 horas de detenção, na noite passada. Ao deixar o local, Boulos, criticou a ação da Polícia Militar e disse que a prisão teve “o intuito de intimidar o MTST e a luta dos movimentos populares”.

— Isso é notório. Cada vez mais há uma tentativa de desmoralizar os movimentos. Quero dizer que não vão conseguir nos intimidar. A luta só vai crescer, só vai aumentar a cada gesto fascista, a cada gesto ilegal, abusivo, como essa prisão de hoje — adiantou.

A reintegração de posse foi pedida pelo prefeito João Doria (PSDB) e realizada pela Tropa de Choque do governador Geraldo Alckmin (PSDB).

O post Boulos acusa governo tucano por ‘prisão política e leviana’ apareceu primeiro em Jornal Correio do Brasil.


Fonte: http://www.correiodobrasil.com.br/boulos-acusa-governo-tucano-por-prisao-politica-e-leviana/

Rede Correio do Brasil

Mais Notícias