Por Redação, com ABr – de Brasília:
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento anunciou nesta segunda-feira o fim do embargo da Arábia Saudita à importação de carne bovina in natura do Brasil. O embargo começou em 2012 depois de um caso atípico da doença encefalopatia espongiforme bovina, conhecida como o mal da vaca louca.
A medida foi oficializada em Riade, durante reunião da ministra da Agricultura, Kátia Abreu, com a autoridade saudita de Alimentos e Medicamentos, Mohammed Al-Meshal, que assinaram novo modelo de Certificado Sanitário Internacional.
Com a abertura, o setor estima que o Brasil tem potencial para exportar 50 mil toneladas de carne bovina ao ano, com valor estimado em US$ 170 milhões. O decreto será publicado ainda hoje pelo Reino da Arábia Saudita, levantando o embargo imediatamente.
O fim do embargo à carne brasileira sinaliza abertura também para os demais países do Golfo Pérsico. Somente a Arábia Saudita comprou, em 2014, US$ 355 milhões do produto, o que equivale a quase 100 mil toneladas. O valor representa 10% de tudo o que o Brasil exporta em carne bovina – que soma 1,1 milhão de toneladas anualmente.
– Este é um momento muito importante para o Brasil, é motivo de comemoração – disse a ministra.
Segundo ela, a Arábia Saudita era um dos últimos países que faltava levantar o embargo.
– O último será o Japão, onde deveremos abrir o mercado para nossa carne processada -afirmou.
Mohammed Al-Meshal destacou a prosperidade da agricultura brasileira e agradeceu a parceria.
– Dependemos dos alimentos de vocês, precisamos de vocês. A abertura do mercado de carnes é boa para o Brasil, mas também é muito boa para a Arábia e para nossa população – disse ele.
Kátia Abreu afirmou que o próximo passo é ampliar a venda de produtos brasileiros que já têm acesso ao mercado saudita e explorar novos itens, como frutas, mel e arroz. A perspectiva do governo árabe é reduzir a produção própria de grãos para diminuir o consumo de água na agricultura.
O Brasil já é o maior fornecedor de frango, café e açúcar da Arábia Saudita, e “agora teremos uma grande oportunidade de negócios ao reforçar a venda de grãos para este mercado”, observou a ministra, de acordo com sua assessoria em Brasília.
Da Arábia Saudita, onde se encontra desde ontem (8), a ministra Kátia Abreu seguirá para os Emirados Árabes, Índia e China.
Alta das frutas e verduras na Ceagesp
O Índice de Preços Ceagesp avançou em 5,33% sobre setembro, com alta, principalmente, das frutas e verduras. No acumulado desde janeiro, o indicador teve alta de 6,29% e, nos últimos 12 meses, 5,49%. Segundo a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (/Ceagesp), o excesso de chuvas nas regiões produtoras do Sudeste, além do calor, prejudicaram o desenvolvimento das culturas, reduzindo as ofertas para a comercialização.
No caso das frutas, o reajuste médio de 7,91% também foi influenciado pela variação cambial que levou à redução na oferta de produtos. Como 20% das frutas vêm do exterior, a Ceagesp está prevendo tendência de mais pressão sobre os preços.