O ambiente é sentido pela maior operadora de turismo do país, a CVC, que tem observado aumento nos pedidos de orçamentos para viagens destinos nacionais
Por Redação – de São Paulo
A queda na demanda por passagens aéreas no Brasil mostra sinais de estabilização, mas empresas seguem cautelosas quanto à procura voltada para os feriados do fim do ano, conforme o ambiente econômico no país segue desafiador.
O ambiente é sentido pela maior operadora de turismo do país, a CVC, que tem observado aumento nos pedidos de orçamentos para viagens destinos nacionais. Mas não estão sendo convertidos, uma vez que o consumidor ainda está deixando para comprar em cima da hora.
— Há uma volta da confiança, mas não do dinheiro no bolso — disse o presidente da CVC, Luiz Eduardo Falco. Ainda assim, ele avalia que a tendência é de menos promoções agressivas perto das datas das viagens. Há menos produtos nas prateleiras.
Nordeste
A operadora de turismo afirmou que a maior procura para o fim de ano no país recai principalmente sobre a região Nordeste. Os mini cruzeiros pelo litoral brasileiro também encantam.
De acordo com dados da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), no acumulado do ano até julho, a demanda por voos domésticos caiu 6,63%. A comparação é sobre igual período de 2015. Já a oferta de lugares em voos teve retração de 6,22%.
Na avaliação de duas das maiores empresas do setor, Latam Airlines e Avianca Brasil o mercado pode ter atingido o fundo do poço. Mas as empresas não se mostram exatamente otimistas quando questionadas sobre o fim do ano. Trata-se de uma das épocas de maior movimento de passageiros para o setor.
“A demanda no mercado de aviação parou de piorar no Brasil. Mas os sinais de reação ainda são tímidos e insuficientes para sustentar uma previsão de que a recuperação começou”, disse a Latam Airlines no Brasil. Presidente-executivo da Avianca no país, Frederico Pedreira afirma que a empresa está muito cautelosa.
— Está sendo um ano muito complicado, então nós preferimos ainda ver como (a demanda) vai se comportar em setembro e outubro antes de fazer previsões para o final do ano — disse.
A avaliação é a mesma manifestada pelo presidente da Abear, Eduardo Sanovicz, nesta semana, que afirmou que o mercado está “parando de cair. A velocidade da queda está diminuindo, mas eu não consigo falar ainda sobre recuperação”.
Viagens ao exterior
A demanda por viagens internacionais, por sua vez, mostra sinais de melhora. Houve uma queda de 17% do dólar frente o real, desde o começo do ano. A Latam Travel Brasil, unidade do Grupo Latam, afirmou que de janeiro a agosto teve aumento de cerca de 15% para roteiros internacionais. O comparativo é o ano anterior.
“Há a expectativa de crescimento na procura por pacotes internacionais. Especialmente porque em outubro as pessoas começam já planejar as viagens do próximo período de férias escolares”, afirmou a empresa.
A CVC também observa um retorno de compras para destinos internacionais. Presidente da operadora, Luiz Falco aponta o fato de que o público dessas viagens pertence, de modo geral, a um grupo de renda mais elevada. Esses viajantes voltam a se planejar com a melhora da confiança na economia. Os destinos mais visados são praias na região do Caribe, afirmou a empresa.
A confiança do consumidor do Brasil medida pela Fundação Getulio Vargas subiu pelo quarto mês seguido em agosto. Atingiu o maior patamar em mais de um ano e meio. Mas dados sobre desemprego e atividade econômica ainda têm mostrado um quadro negativo sobre a economia.
O post Brasileiros tentam retomar viagens ao exterior mas dinheiro está curto apareceu primeiro em Jornal Correio do Brasil.