Ministra da Justiça, Liz Truss, sob crescente pressão para apoiar os juízes contra o Brexit, emitiu uma breve declaração. Ela diz que a independência do Judiciário era “a base sobre a qual nosso Estado de direito é construído”
Por Redação, com agências internacionais – de Londres e Hong Kong
O governo britânico defendeu, neste sábado, a independência do Judiciário do país. A atitude foi tomada após três juízes virarem alvos de críticas pelo entrave causado ao Brexit.
A ministra da Justiça, Liz Truss, sob crescente pressão para apoiar os juízes, emitiu uma breve declaração. Ela diz que a independência do Judiciário era “a base sobre a qual nosso Estado de direito é construído”.
‘Inimigos do povo’
A Suprema Corte da Inglaterra provocou uma resposta irritada de alguns legisladores e jornais, na quinta-feira. Os ministros determinaram que a decisão de iniciar as conversas para saída formal da Grã-Bretanha da União Européia precisa ser aprovada pelo parlamento. A medida, disseram, não poderia ser tomada pelo governo sozinha.
Sajid Javid, membro do gabinete de May, considerou a decisão uma tentativa “inaceitável” de “frustrar a vontade do povo britânico”. O jornal The Daily Mail, por sua vez, disse que os três juízes que emitiram a decisão eram “inimigos do povo”.
Os protestos fizeram com que outros legisladores conservadores saíssem em defesa dos juízes. Bob Neill, o presidente conservador do comitê de justiça do parlamento, disse que os ataques “ameaçavam a independência de nosso judiciário”. E mais: “não tinham lugar em uma terra civilizada”.
May disse a líderes da UE na véspera acreditar que a decisão judicial seria revogada. Advertiu, ainda, que manteria o cronograma do Brexit.
Padrões variados
Diante do Brexit e das demais questões que afetam os padrões econômicos europeus, o ministro da Economia da Alemanha, Sigmar Gabriel, pediu neste sábado a retomada de esforços longos para negociar um acordo global livre. Alertou, ainda, que a proliferação de acordos comerciais bilaterais pode levar a padrões e regras variados.
— O melhor seria um acordo sob a tutela da Organização Mundial do Comércio (OMC) — disse Gabriel durante uma conferência de negócios em Hong Kong.
Segundo o ministro, seus pares deveriam “reiniciar as discussões na OMC”.
— Mesmo quando estamos negociando acordos bilaterais abrangentes — acrescentou.
Na ausência de um acordo de comércio global, Gabriel disse que é importante que os acordos comerciais bilaterais também incluam padrões sociais, climáticos e de consumo. Além de simplesmente reduzir as tarifas.
O ministro alemão afirmou que a resistência aos acordos de livre comércio, como a assinada na semana passada pela União Europeia e pelo Canadá, deveu-se em grande parte à falta de comunicação por parte dos governos sobre os benefícios de tais acordos. E a não inclusão de cidadãos e grupos sociais.
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