A Sabesp também poderá escolher se parte dessa água a mais poderá ser levada do Cantareira aos bairros abastecidos pelo sistema Alto Tietê
Por Redação, com ACSs – de São Paulo
A empresa paulista de saneamento (Sabesp) confirmou, nesta segunda-feira, que apesar do aumento de retirada de água do sistema Cantareira, nos últimos dias, o conjunto de represas segue com aumento nos níveis dos reservatórios. Nos últimos três dias, o aumento foi de meio ponto percentual.

Nesta manhã, o sistema atingia 20,3% de sua capacidade. O índice já qualifica o Cantareira a sair de seu volume morto (porção de água que ficam abaixo do nível zero da represa e que é captada por meio de bombas), o que deve ocorrer até o fim do ano, quando ele chegar a 23%. Há 18 meses o sistema Cantareira permanece no volume morto.

A Sabesp conseguiu, na semana passada, a autorização de órgãos reguladores para aumentar a quantidade de água retirada do crítico Cantareira, de 13,5 mil litros por segundo para 15 mil litros de água por segundo.
A empresa pública justificou o pedido dizendo que o aumento de temperatura no fim de ano somado ao período de festas elevaria o consumo de água.
Consumo
Segundo a empresa, caso a captação não fosse aumentada, as ocorrências de famílias com torneiras secas, fenômeno que ocorre todos os dias durante horas em milhares de casas há quase dois anos, se agravariam.
A estatal também poderá escolher se usará parte dessa água a mais para levá-la a bairros hoje abastecidos pelo sistema Alto Tietê.
A operação ajudaria a aliviar esse segundo sistema de represas, que fornece água para a porção leste da Grande São Paulo e que está com 21,5% de sua capacidade.
Este aumento na captação, segundo Sabesp, foi atingido porque, pela primeira vez desde o início da crise hídrica, o volume de água que entra no sistema Cantareira conseguiu se aproximar da média para o mês.
Ao longo de dezembro, a água que chegou às principais represas do Cantareira está 5% acima da média histórica
Desde 2013, o segundo melhor resultado para o Cantareira foi em outubro daquele ano, quando a entrada de água ficou 22% abaixo da média. Desde então, as chuvas não caíram sobre o Estado e o volume de água que nutre as represas chegou a ficar ficar 87% abaixo da média em fevereiro de 2014.
Para se ter uma ideia, no pior momento da crise, no início deste ano, o Cantareira recebia 8 mil litros de água por segundo. Neste mês, em um dia, essa taxa chegou a ficar em 93 mil litros por segundo.
A Sabesp e os órgãos reguladores esperam que essa tendência de volta à normalidade do regime de chuvas avance pelos próprios meses.
Assim, a captação de água no Cantareira poderia permanecer em 15 mil litros por segundo no início de 2016 se o reservatório continuar armazenando água.