“Somamos nossa indignação à de muitas e muitos que professam a fé católica. A causa dessa indignação é a leitura e a oração de consagração a Nossa Senhora Aparecida feitas pelo Sr. Jair Messias Bolsonaro, em uma missa vespertina no Santuário Nacional”, afirmam os padres, no documento divulgado nesta sexta-feira.
Por Redação – de São Paulo
Cerca de 400 padres católicos integrantes dos grupos Padres da Caminhada e Padres contra o Facismo, assinaram uma carta em que repudiam as idas de Bolsonaro ao Santuário Nacional de Aparecida. No documento, os sacerdotes lamentaram a participação do mandatário neofascista, nas comemorações do dia dedicado à Nossa Senhora de Aparecida.
Com gesto neonazista, Bolsonaro disfarça as vaias recebidas na chegada ao Santuário de AparecidaSegundo os padres, com o apoio de alguns integrantes da Igreja, Bolsonaro foi designado a rezar pelos povo, o que na visão dos líderes religiosos é “um escândalo, porque o que menos ele demonstra querer é o bem de seu povo”.
“Jair Bolsonaro, que gosta tanto de ostentar seu segundo nome, não tem nada de católico, nem de cristão, nem sequer de humano. É um facínora. Ele usa e abusa da fé como palanque político”, diz o documento.
Fé católica
No documento, os religiosos ainda lamentam o apoio de autoridades eclesiásticas católicas que “ainda expressam a esse homem maldoso que não possui o menor respeito pela fé e por aquelas e aqueles que a professam”.
“Somamos nossa indignação à de muitas e muitos que professam a fé católica. A causa dessa indignação é a leitura e a oração de consagração a Nossa Senhora Aparecida feitas pelo Sr. Jair Messias Bolsonaro, em uma missa vespertina no Santuário Nacional.
“Horas antes ouvimos as palavras de Dom Orlando Brandes, Arcebispo Metropolitano de Aparecida: ‘Para ser pátria amada, não pode ser pátria armada (…). Para ser pátria amada, uma república sem mentira e sem fake news. Pátria amada sem corrupção e pátria amada com fraternidade.’
Pobreza
“Sua reflexão enche de esperança quem a ouve, sobretudo em um Brasil que ainda chora a morte de mais de seiscentos mil filhas e filhos por causa da má gestão de uma cruel pandemia; em um Brasil que sente a dor da fome, sobretudo das crianças cujo dia deveríamos estar comemorando; em um Brasil que sofre por ver milhões de famílias novamente empurradas para abaixo da linha da pobreza e obrigadas a sobreviver com uma sopa rala de ossos ou de carcaça de peixe; em um Brasil que vê suas matas arderem e seus povos originários serem encurralados em pequenos espaços de terra”, conclui o documento.