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Carta de Temer à PGR sugere que o PMDB tenta ‘conter a sangria’ da Lava Jato

December 13, 2016 13:33 , von Jornal Correio do Brasil - | No one following this article yet.
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Temer alerta a Janot, na carta, que a delação de outra empreiteira envolvida na Lava Jato, a OAS, foi anulada por ter sido vazada. Segundo o raciocínio, este também seria o caso Odebrecht

 

Por Redação – de Brasília

 

A carta do presidente de facto, Michel Temer, encaminhada à Procuradoria Geral da República (PGR), foi mal recebida. Juízes e procuradores da Operação Lava Jato fizeram uma leitura negativa do documento. No texto, em que reclama do vazamento de delações premiadas, Temer buscaria, na realidade, “estancar a sangria” das investigações, como afirmou o líder do Governo no Congresso, senador Romero Jucá (PMDB-RR) — o “Caju”, segundo apelido com o qual foi identificado na lista de políticos corruptos controlados pela empreiteira Norberto Odebrecht.

Uma conversa com Michel Temer de sete minutos, exibida no SBT, feita pelo aparelho celular

Michel Temer foi citado 47 vezes na delação premiada de executivo da empreiteira Norberto Odebrecht

“Num clima de desconfiança, geradora de incerteza, o mister constitucional da União se vê seriamente obstruído. Daí a importância de se observarem todos os preceitos insertos na Lei n. 12.850, de 2013 (lei da delação premiada). Não por outra razão, em situação análoga, Vossa Excelência suspendeu tratativas de colaboração premiada em prol da higidez do procedimento legal”, diz a carta de Temer.

Assim, Temer alerta a Janot que a delação de outra empreiteira envolvida na Lava Jato, a OAS, foi anulada por ter sido vazada. Segundo o raciocínio, este também seria o caso Odebrecht. Nota da jornalista Mônica Bergamo, colunista da mídia conservadora paulistana, adianta que Temer é visto pelo Ministério Público como o maior inimigo da Lava Jato, o que confirma uma autoridade do Judiciário ouvida, sem que seu nome seja citado, pela reportagem do Correio do Brasil.

— Temer e seu grupo político agem de forma a tentar impedir que a Lava Jato siga adiante. Embora sejam bastante efetivos em seus esforços, a probabilidade de chegar a algum lugar com essa pressão é mínima — disse a fonte.

Investigação

Na carta a Janot, Temer pediu celeridade nas investigações em andamento para que a Lava Jato chegue, rapidamente, ao seu final. Quer também que as colaborações premiadas “por ventura existentes sejam, o quanto antes, finalizadas”. Citado 47 vezes na primeira das 77 delações premiadas em curso, o suspeito demanda que as acusações sejam “remetidas ao Juízo competente para análise e eventual homologação”. E pede “a divulgação por completo”. “Com isso, a eventual responsabilidade criminal dos investigados será logo aferida”, acrescentou.

Além do mandatário, a cúpula do PMDB foi citada na delação do ex-executivo da Odebrecht Cláudio Melo Filho. Desde então, os suspeitos passaram a questionar a legalidade da divulgação, o que, para deles, poderia comprometer o processo. Indicado a fazer críticas ao vazamento, inicialmente, Jucá teria pedido que Temer o acompanhasse. Assim, o atual inquilino do Palácio do Planalto assinou o documento à PGR. Teve, ainda, a companhia da Advogada-Geral da União, Grace Mendonça. Ela também está envolvida em investigação na Procuradoria. Foi citada no escândalo que gerou a queda do ex-chefe de Governo, deputado Geddel Vieira Lima (PMDB-BA). No sábado, Janot informou que iria solicitar uma investigação para apurar o vazamento de anexo de delação da Odebrecht.

Na carta, Temer atribui a necessidade da celeridade às investigações “a sérias crises econômica e política” que o país atravessa. E destaca ações do governo para a retomada do crescimento. No documento, ele diz que o requerimento pela celeridade tem por objetivo ajudar o país.

“A condução dessas e de outras políticas públicas a cargo da União vem sofrendo interferência pela ilegítima divulgação de supostas colaborações premiadas e investigações criminais conduzidas pelo Ministério Público Federal, quando ainda não completado e homologado”, escreveu.

Reformas

O missivista disse, ainda, que o vazamento das delações gera um clima de “desconfiança, incerteza” obstruindo ações do governo. Ele destacou que o “fracionado” e lento desenrolar dos procedimentos pré-processuais envolvendo “múltiplos agentes políticos, funciona como elemento perturbador de uma série de áreas de interesse da União”.

Na carta, destaca que se empenha em reformas para reverter os cenários social e macroeconômico de médio e longo prazo. Reforçou que a celeridade de uma resolução envolvendo as delações são medidas “indispensáveis à superação da situação fática vivenciada pelo país e que muitos prejuízos têm trazido à União e, consequentemente, a toda a população brasileira”.

A carta, encaminhada na véspera, foi recebida às 16h55 por Janot, de acordo com a cópia do documento divulgado pelo Planalto. Nos bastidores, o núcleo do PMDB tenta conter o estrago da delações e os problemas causados na base aliada. Os novos fatos começam a apresentar dissidências, com ameaças veladas de desembarque da aventura golpista.

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