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Cerco da Lava Jato de fecha sobre PMDB e Planalto liga sinal de alerta

18 de Novembro de 2016, 14:45 , por Jornal Correio do Brasil - | No one following this article yet.
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Principal nome do PMDB fluminense, Cabral foi conduzido ao presídio de Bangu 8, teve a cabeça raspada e comeu pão com manteiga, no café da manhã desta sexta-feira chuvosa

 

Por Redação – de Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo

 

As primeiras delações premiadas, no âmbito da Operação Lava Jato, começam a surtir efeito no meio político. Na atual fase das investigações, a prisão do ex-governador do Rio Sergio Cabral (PMDB) elevou o pavor dos parlamentares. Integrantes da equipe de Michel Temer, presidente de facto do Brasil e de honra da legenda, seguem na mira do Judiciário.

Cabral dormiu no presídio de Bangu 8, teve a cabeça raspada e fez as fotos para a ficha criminal

Cabral, líder do PMDB, dormiu no presídio de Bangu 8, teve a cabeça raspada e fez as fotos para a ficha criminal

As cenas do ex-governador Anthony Garotinho esperneando no caminho para o hospital penitenciário, ao som dos gritos da mulher e da filha, segundo afirmou uma fonte à reportagem do Correio do Brasil, no Palácio do Planalto, causaram expressões de espanto no terceiro andar, onde fica o gabinete de Temer. O ar anda mais pesado na Praça dos Três Poderes.

Pão com manteiga

Os tons mais graves da atual narrativa, contida nos autos em tramitação na Justiça Federal do Paraná, no entanto, ficaram para a prisão de Cabral. Principal nome do PMDB fluminense, Cabral foi conduzido ao presídio de Bangu 8, teve a cabeça raspada e comeu pão com manteiga, no café da manhã desta sexta-feira chuvosa. Ele é acusado de receber propinas e favorecimentos de empreiteiras em obras públicas. Integra, umbilicalmente, o grupo que assumiu o poder, após a cassação da presidenta Dilma Rousseff (PT). Nas conversas de corredor, no Planalto, não se falava em outra coisa, segundo a fonte.

Para integrantes do grupo no poder, ficou claro que o PMDB entrou, em definitivo, na mira de Sérgio Moro. Coordenador da Lava Jato, Moro toma como base as delações premiadas e provas obtidas com base em escutas telefônicas. As buscas realizadas por agentes da PF também ajudam a formar provas quanto à participação de expoentes da equipe presidencial. Michel Temer está entre eles.

Odebrecht e PMDB

Moro também aguarda que o Supremo Tribunal Federal (STF) ratifique a delação do empresário Marcelo Odebrecht. O ex-executivo da maior empreiteira da América Latina foi preso em junho de 2015 e somente agora concordou em falar à Justiça. Seu depoimento, em troca de uma pena mais branda, envolve políticos do DEM, do PSDB e do PMDB. Entre eles, os senadores tucanos José Serra (SP) e Aécio Neves (MG).

O PT, vasculhado de cima a baixo, está com o tesoureiro e um de seus principais líderes presos em Curitiba. João Vaccari Neto e José Dirceu, respectivamente, deverão responder aos processos em liberdade. Exceto pela possível prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, considerada pouco provável nos meios jurídicos, foram exauridas as participações dos petistas na roubalheira ocorrida na Petrobras.

— Chegou a hora dos demais partidos responderem sobre as denúncias, e isso começa a formar um consenso nos atuais inquilinos do Planalto — disse a fonte.

Apreensão

Nas ruas, agrava-se a instabilidade política. As manifestações, cada vez mais intensas, já atingem o ambiente econômico. Aliada à surpresa nas urnas norte-americanas, com a eleição do republicano Donald Trump, a recessão agrava o desemprego. Os ânimos dos trabalhadores, nas centrais sindicais, também se exaltam. E a fuga de investidores prejudica a recuperação da economia.

Outro motivo de apreensão no Planalto é a ligação de Cabral com o secretário do Programa de Parcerias de Investimentos, Moreira Franco. Juntos, eles formavam com o presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio (Alerj), Jorge Picciani, o triunvirato da legenda no Estado.

Porta-voz da Presidência, Alexandre Parola disse, na noite passada, que Temer confia plenamente em Moreira Franco. Mas ficou difícil esconder o ambiente de apreensão nos gabinetes do palácio. Ainda está viva na memória do público as declarações do presidente cassado da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) de que Moreira Franco “não resiste a uma investigação”.

Sangria

Moreira evitou, nesta manhã, falar à imprensa sobre a prisão do aliado. Idem o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Para o presidente do PMDB, Romero Jucá (RR), no entanto, a prisão de Cabral não atinge o partido.

— É algo restrito — resumiu.

Jucá, também citado na Lava Jato, assumiu a liderança do governo no Congresso, seis meses após ter sido obrigado a renunciar ao comando do Ministério do Planejamento. Caiu porque foi flagrado em gravação dizendo que era preciso “estancar a sangria” da Lava Jato. Na opinião dele, seria “injusto” antecipar o julgamento de Cabral.

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Fonte: http://www.correiodobrasil.com.br/cerco-da-lava-jato-de-fecha-sobre-pmdb-e-planalto-liga-sinal-de-alerta/

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