Carter disse que o governo da Turquia precisa controlar melhor a sua fronteira com a Síria, em particular os cerca de 100 quilômetros de extensão que o EI estaria usando
Por Redação, com agências internacionais – de Incirlik/Atlanta:
O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Ash Carter, pediu à Turquia nesta terça-feira que faça mais para ajudar a destruir os militantes do Estado Islâmico, no início de uma turnê pelo Oriente Médio que tem o objetivo de angariar apoio regional para a campanha militar contra os jihadistas.
Falando a jornalistas durante viagem para a base aérea de Incirlik, no sul da Turquia, Carter disse que o governo turco precisa controlar melhor a sua fronteira com a Síria, em particular os cerca de 100 quilômetros de extensão que o Estado Islâmico estaria usando para o comércio ilícito e a movimentação de combatentes estrangeiros, que entram e saem da Síria.

– A Turquia tem um enorme papel a desempenhar – disse Carter, em sua primeira viagem a Incirlik como secretário de Defesa.
– Apreciamos o que eles estão fazendo. Queremos que façam mais.” Isso inclui as forças turcas se unirem “no ar e no solo, conforme apropriado – disse Carter. “A contribuição mais importante que a sua geografia torna necessária é o controle da própria fronteira.”
Incirlik ganhou mais importância na campanha de ataques aéreos liderada pelos EUA contra o Estado Islâmico. Atualmente 59 aeronaves dos Estados Unidos, Turquia, Catar e Alemanha que realizam missões de inteligência e de ataque operam a partir da base, onde se reabastecem. No início de setembro eram 15 aviões de todos os países da coalizão, disseram autoridades norte-americanas.
Esse número deverá aumentar nas próximas semanas e meses, embora as autoridades não forneçam detalhes.
Cerca de 45 das 59 aeronaves usando Incirlik são dos Estados Unidos, tanto as tripuladas e como as não tripuladas.
Luta contra Estado Islâmico
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse, na segunda-feira, que a luta do país e dos demais aliados contra o grupo extremista Estado Islâmico no Iraque e na Síria foram intensificados, mas reconheceu que são necessários “progressos” e respostas mais rápidas.
Inicialmente otimista, ele afirmou, em discurso durante visita ao Pentágono, que com ataques mais intensos a organização deverá ser enfraquecida e ficará mais difícil difundir sua propaganda para o resto do mundo. “Estamos atacando mais fortemente do que nunca”, destacou, após reunião do Conselho de Segurança Nacional. Em seguida, Obama afirmou que a luta continua difícil e dura e que uma dificuldade é o fato de os extremistas usarem mulheres e crianças vulneráveis” como escudos.
O presidente norte-americano lembrou que, nos últimos dois meses, vários líderes do Estado Islâmico foram abatidos. “A mensagem que fica para eles (líderes) é de que vocês são os próximos”, comentou.
A reunião do Conselho de Segurança e as declarações no Pentágono ocorreram depois que foi intensificado o debate sobre a presença de muçulmanos nos Estados Unidos e a necessidade de resultados mais contundentes contra o grupo.
Antes do atentado cometido por um casal muçulmano na Califórnia, que deixou 14 mortos, as pesquisas já mostravam que mais de 60% dos americanos desaprovam a forma como Obama tem lidado com a ameaça terrorista, em geral, e com o Estado Islâmico, em particular.
O tema também intensifica o debate presidencial. Pré-candidatos se posicionam em defesa da política de Obama, como a pré-candidata Hillary Clinton, ou contra, defendendo medidas radicais como o fechamento de mesquitas e a suspensão de vistos para muçulmanos, ideia defendida por Donald Trump.
Nesse cenário, Obama disse que radicalizar é a pior medida e que o Estado Islâmico não representa o pensamento muçulmano em geral. Ele acrescentou que não disse que vai mudar a estratégia, mas admitiu: “Reconhecemos que os progressos têm de ser mais rápidos”.