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Ciro diz que desistirá da candidatura se Lula disputar Presidência

20 de Fevereiro de 2017, 14:57 , por Jornal Correio do Brasil - | No one following this article yet.
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Apesar dos sinais erráticos, Ciro alimenta a curiosidade de jornalistas, dando um perfil do nome que escolheria para ministro da Fazenda. Disse que será “um empresário da produção”

 

Por Redação, com RBA – de São Paulo

 

Ex-governador do Ceará, o advogado Ciro Gomes (PDT) ainda não sabe se será candidato presidente da República em 2018. Embora tenha viajado por Estados brasileiros e concedido entrevistas na qualidade de pré-candidato, o ex-ministro da Fazenda do ex-presidente Itamar Franco segue adiante com seus planos sem muita firmeza.

Ciro Gomes vai tocando a campanha ao Palácio do Planalto, enquanto Lula decide se concorrerá ou não em 2018, se houver eleição

Ciro Gomes vai tocando a campanha ao Palácio do Planalto, enquanto Lula decide se concorrerá ou não em 2018, se houver eleição

— Vou cumprir a missão que o partido determinar que eu cumpra. E se for a de servir o Brasil como seu presidente, é com entusiasmo de jovem que vou abraçar essa causa — afirmou o ex-ministro da Integração Nacional. Ele atuou no primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva e deixou o cargo para se candidatar à Câmara dos Deputados.

Fatores imponderáveis

Apesar dos sinais erráticos, Ciro alimenta a curiosidade de jornalistas, dando um perfil do nome que escolheria para ministro da Fazenda. Disse que será “um empresário da produção” e que não poderia falar mais nada.

— Senão dou até o nome. Mas está desenhado. E o meu presidente do Banco Central será um acadêmico. Nada de executivo de banco na economia — prometeu.

Político experiente, de temperamento explosivo, Ciro avalia os rumos de sua candidatura e sabe que ela depende de fatores imponderáveis. O principal deles é seu ex-chefe imediato: Luiz Inácio Lula da Silva.

— Ciro já admitiu que só será candidato na hipótese de Lula não ser, e que não disputa com Lula. Com Lula candidato, acho que ele não concorre. Não vai fazer esse contraponto. Com o Lula fora, ele não apenas concorre como é uma candidatura muito competitiva — o analista político Antônio Augusto de Queiroz.

Sem Lula

Em conversa com jornalistas, Toninho, como é conhecido na Diretoria do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), acrescenta:

— (Caso Ciro seja candidato) vai assumir em certa medida as bandeiras que seriam da centro-esquerda, já que é muito difícil construir uma candidatura no campo do PT que não seja do Lula.

Em debate no Atlantic Council, instituto de pesquisas e debates internacionais, em Washington, em julho do ano passado, o próprio Ciro Gomes declarou:

— Com Lula, não quero mais ser candidato.

A também cientista política Maria do Socorro Sousa Braga, da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar), considera que o tabuleiro do xadrez político ainda está se desenhando para as eleições do ano que vem. E, numa conjuntura de crescimento da direita, como se verifica hoje, “a esquerda vai ter que adotar certas estratégias para saber se é o momento de se dividir ou unir forças”.

— Se a esquerda fizer o jogo de se unir, ou o Ciro retira a candidatura, ou pode até ser vice do Lula, se Lula for candidato. Se ele entender que tem possibilidade de vencer com o Lula, acho que ele retiraria a candidatura, diante das forças à direita. Hoje, o PT não tem outro candidato que possa assumir a tarefa de ser candidato — diz Maria do Socorro.

Campo progressista

Outro fator que, para Queiroz, do Diap, deve ser levado em consideração é que Ciro é um nome forte numa composição, na disputa pelo campo progressista de centro-esquerda, desde que “amarrado a um programa”.

— É um nome muito interessante, porque não pesa sobre ele denúncia de corrupção, tem experiência política e administrativa, e se tiver compromisso com agenda. Mas se ficar solto, tem mais vocação liberal do que se imagina — disse.

O analista lembra que Ciro começou a carreira política no PDS (depois PFL e DEM), passou pelo PMDB e PSDB. Para Queiroz, sem estar “amarrado” a um programa progressista, Ciro pode ter posição mais liberal do que se espera. Inclusive na gestão da Previdência.

— Mas, dentro de uma composição de centro-esquerda e compromissado com ela, ele tende a cumprir os acordos. E com uma visão mais trabalhista, amarrada com a doutrina do partido dele – disse Queiroz.

‘Pau vai cantar’

Nesse caso, seguiu, “seria uma candidatura muito competitiva, com um discurso que, ao mesmo tempo, é considerado moderno. Não questiona a economia de mercado, e tem compromisso com uma proteção social”. E acrescenta:

— Tem a vantagem de saber dialogar com os liberais sabendo o que pensam, porque já foi do lado de lá. Passou em todos os partidos tradicionais, conhece bem a linguagem do mercado.

Em recente discurso aos pedetistas, Ciro Gomes afirmou, ao seu estilo, que, quando for presidente, não será derrubado.

Sou novinho demais para me matar, como Getúlio. E não deixarei ninguém fazer um golpe, como fizeram com João Goulart e com a Dilma. Chegando lá o pau vai cantar, comigo ninguém me derruba — conclui.

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Fonte: http://www.correiodobrasil.com.br/ciro-desistira-candidatura-lula-disputar-presidencia/

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