Entre as razões para o desempenho da economia, sobretudo para sustentar a demanda e o investimento, estão o aumento do consumo das famílias, consequência de um mercado de trabalho aquecido; a alta da massa salarial e a maior oferta de crédito; além dos gastos do governo.
Por Redação – de Brasília
Apesar do contrapeso que representa a taxa Selic, que impõe ao país um dos juros mais altos do mundo, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil tende a subir de 2,4% para 3,4% em 2024, de acordo com o Informe Conjuntural do 3º Trimestre, divulgado nesta sexta-feira pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
A atividade econômica do país ainda passa por uma fase difícil, mas começa a se recuperarO superintendente de Economia da CNI, Mário Sérgio Telles explica o que levou a instituição a rever o crescimento do PIB deste ano de forma expressiva.
— A CNI aumentou a previsão do PIB de 2024, principalmente, por causa do desempenho da economia no primeiro semestre, que foi muito positivo, acima das nossas expectativas — explicou Telles.
Atividade
Além disso, segundo Telles, “os fatores que têm contribuído para o crescimento não devem desaparecer até o fim do ano e o segundo semestre terá como base de comparação o período mais fraco da atividade em 2023”.
Entre as razões para o desempenho da economia, sobretudo para sustentar a demanda e o investimento, estão o aumento do consumo das famílias, consequência de um mercado de trabalho aquecido; a alta da massa salarial e a maior oferta de crédito; além dos gastos do governo.
Ainda que acredite na redução da intensidade, a Confederação estima que tais fatores manterão a atividade econômica pressionada nesta segunda metade de 2024.
Trabalho
A nova edição do Boletim de Mercado de Trabalho do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgada na véspera, confirma o quadro positivo relativo ao mercado de trabalho apontado pela CNI. Com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Ipea ressalta que a força de trabalho e a população ocupada estão nos maiores maiores níveis registrados desde o início da série histórica da PNAD Contínua, em 2012.
Em 2024, o Brasil registrou um aumento de 1,7% na força de trabalho, alcançando mais de 109 milhões de trabalhadores. Já a quantidade de cidadãos ocupados cresceu 3%, totalizando 101,8 mi de pessoas. A taxa de desocupação caiu 6,9%, esse é o menor número desde 2014.
O emprego formal também apresentou crescimento, com uma alta de 4 % em comparação ao segundo trimestre de 2023, segundo os dados da PNAD Contínua. O Novo Caged, por sua vez, registrou a criação de 1,7 mi de novas vagas com registro em carteira.