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Começa retirada de civis e militantes no leste de Aleppo

15 de Dezembro de 2016, 10:37 , por Jornal Correio do Brasil - | No one following this article yet.
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Feridos e doentes são os primeiros a serem retirados de enclaves rebeldes no leste da cidade síria, após novo cessar-fogo entre governo e forças oposicionistas entrar em vigor

Por Redação, com DW – de Beirute:

A retirada de civis e rebeldes da área oriental de Aleppo começou nesta quinta-feira, após o anúncio de um novo cessar-fogo, confirmaram organizações humanitárias e jornalistas que estão na cidade.

Nova trégua entre grupos de oposição e forças do regime sírio em Aleppo entrou em vigor

Nova trégua entre grupos de oposição e forças do regime sírio em Aleppo entrou em vigor

Segundo um repórter da agência de notícias Reuters, mais de 20 ônibus entraram na área dominada pelos rebeldes no início da manhã. O Comitê Internacional da Cruz Vermelha confirmou que cerca de 200 feridos já estão sendo retirados.

Tanto representantes dos rebeldes como do governo confirmaram que inicialmente serão retirados feridos e doentes, depois cidadãos civis e por fim combatentes rebeldes. A Rússia afirmou que autoridades da Síria garantiram a segurança de todos os combatentes que resolverem deixar Aleppo e que eles serão levados para a província de Idlib, quase toda controlada por grupos rebeldes.

Após o fracasso do cessar-fogo temporário que deveria permitir a retirada do último enclave dominado pelos insurgentes no leste de Aleppo, uma nova trégua entre grupos de oposição e forças do regime sírio entrou em vigor nesta quinta-feira. Líderes rebeldes confirmaram o novo acordo.

Uma emissora estatal síria informou que ao menos 4 mil rebeldes e suas famílias serão retirados do leste de Aleppo, além de 9 mil civis. “Todos os procedimentos para a retirada estão prontos”, informou a emissora. Militares russos disseram que 5 mil rebeldes e seus familiares serão retirados e que foi aberto um corredor de 21 quilômetros.

Forças do governo patrulham bairro recuperado de rebeldes

Forças do governo patrulham bairro recuperado de rebeldes

O porta-voz da presidência da Turquia. Um dos países que atuam na mediação entre o regime e grupos rebeldes. Afirmou que a retirada de civis e combatentes foi iniciada nesta manhã. Apesar de relatos de tiroteios na região. 

– A saída de Aleppo está começando. Tomamos todas as precauções em Idlib e na parte turca [da fronteira]. Esperamos por nossos irmãos e irmãs – disse Ibrahim Kalin, através do Twitter.

A emissora pública turca TRT informou que os primeiros ônibus já deixaram Aleppo. A agência estatal de notícias Anadolu disse que três pessoas ficaram feridas. Após disparos feitos por milícias xiitas contra um comboio de civis.

Outros relatos afirmam que forças pró-Síria abriram fogo contra um comboio que deixava o leste de Aleppo. Durante a primeira etapa da retirada. “O comboio foi alvejado pelas forças do regime, temos três feridos. Um deles da Defesa Civil. Eles foram levados de volta para as áreas sitiadas”. Afirmou o chefe do serviço de ambulâncias no local.

O Observatório Sírio de Direitos Humanos disse que as ambulâncias ainda estavam no território rebelde quando foram alvejadas. Os feridos e as demais pessoas que estavam no comboio serão retirados do local com a ajuda da organização humanitária Crescente Vermelho. Afirmou o Observatório.

Drama de civis em Aleppo

A esperança sobre o fim da batalha de Aleppo durou apenas algumas horas. A retomada dos combates e bombardeios na segunda maior cidade síria na quarta-feira mostrou que a guerra e o drama de civis está longe de acabar.

Ônibus aguardam para iniciar a retirada de pessoas de áreas rebeldes de Aleppo

Ônibus aguardam para iniciar a retirada de pessoas de áreas rebeldes de Aleppo

Menos de um dia após o início do cessar-fogo que deveria possibilitar a saída dos insurgentes entrincheirados na cidade. Os combates foram retomados pelo Exército sírio em resposta a uma suposta contraofensiva rebeldes. Ambos os lados se acusam mutuamente pela quebra da trégua negociada entre Turquia e Rússia.

Os presidentes turco, Recep Tayyip Erdogan, e russo, Vladimir Putin. Conversaram sobre a situação na Síria e concordaram que as violações no cessar-fogo. Precisam parar e que o acordo negociado pelos dois países deve ser colocado em prática. Moscou é o principal aliado do ditador Bashar al-Assad, e Ancara apoia grupos insurgentes.

O alto comissário das Nações Unidas para Direitos Humanos, Zeid Ra’ad al-Hussein, condenou o fracasso do acordo para a retirada de rebeldes e civis da cidade.

– Enquanto as razões pela quebra do cessar-fogo são discutidas. A retomada dos intensos bombardeios pelas forças do governo sírio e de seus aliados. Numa área cheia de civis é quase certamente uma violação de leis internacionais. Muito provavelmente constitui crimes de guerra – afirmou Hussein.

Tempo de incertezas

Se implementado, o acordo poderia marcar o fim da batalha pela cidade e a vitória definitiva do governo sobre os opositores em Aleppo. A medida prevê que o regime permita que rebeldes e civis deixem a região em corredores seguros para locais que eles mesmos escolherem.

A evacuação dos últimos bairros controlados por rebeldes deveria ter começado na quarta-feira. Mas os recentes ataques interromperam os planos. Não houve nenhuma previsão de quando a retirada acontecerá. Mas uma emissora de televisão pró-oposição disse que a ação pode ser adiada até quinta-feira.

Segundo a agência inglesa de notícias Reuters. Militares da aliança que apoia Assad não foram encontrados para comentar as razões que pararam a retirada dos rebeldes. O Ministério russo da Defesa afirmou que 6 mil civis e 366 insurgentes deixaram Aleppo nas últimas 24 horas. Estima-se que 15 mil pessoas. Incluindo 4 mil rebeldes, estejam esperando pela possibilidade de sair.

Civis presos nos bairros da Zona Leste Aleppo em poder dos rebeldes que estão sob o ataque do Exército sírio denunciaram violações e pediram ajuda. “Houve ataques contra nós desde a manhã. Inclusive nos locais onde as pessoas seriam evacuadas”. Disse à agência Efe por telefone Ahmed, que não deu seu verdadeiro nome por motivos de segurança.

Ahmed afirmou que os distritos sob ataque estão recebendo disparos de artilharia e que aviões sobrevoam a região. Mas negou que tenha havido bombardeios, como tinha assinalado anteriormente o Observatório Sírio de Direitos Humanos.

Contra-ataque

Um oficial insurgente confirmou que os rebeldes iniciaram um contra-ataque às forças de segurança do governo nas áreas que ainda estão sob seu poder. De acordo com o Observatório Sírio de Direitos Humanos, os oposicionistas detonaram um carro-bomba no sudoeste da cidade histórica.

A ONG baseada em Londres afirmou ainda que militares sírios fizeram novos avanços contra os rebeldes e retomaram o controle de metade do bairro Sukkari.

O ministro russo da Defesa, Sergei Lavrov, declarou que a resistência deve durar mais dois ou três dias e afirmou que os rebeldes controlam um enclave de apenas 2,5 quilômetros quadrados.

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Fonte: http://www.correiodobrasil.com.br/comeca-retirada-de-civis-e-militantes-no-leste-de-aleppo/

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