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Concessão de foro privilegiado para Moreira Franco termina no Supremo

February 6, 2017 12:17 , by Jornal Correio do Brasil - | No one following this article yet.
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O novo status de ministro garantirá a Moreira Franco foro privilegiado no STF. “As 34 citações a Moreira Franco por um ex-executivo da Odebrecht exigem o esclarecimento dos fatos e torna incompatível a alteração de foro no presente momento”, afirmou o líder do PSOL na Câmara, deputado Glauber Braga (RJ)

 

Por Redação – de Brasília

 

Parlamentares de oposição, tanto do PT quanto do PSOL, ingressaram nesta segunda-feira, junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), com ação popular para que seja anulada a nomeação do secretário do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), Moreira Franco (PMDB), para o cargo de ministro Secretaria-Geral da Presidência. A pasta foi recriada, na sexta-feira, pelo presidente de facto Michel Temer.

Moreira Franco teria sido citado em uma conversa entre os donos da empreiteira OAS

Moreira Franco também foi citado em uma conversa entre os donos da empreiteira OAS

O novo status de ministro garantirá a Moreira Franco foro privilegiado no STF. As citações a Moreira Franco por um ex-executivo da Odebrecht “exigem o esclarecimento dos fatos e torna incompatível a alteração de foro no presente momento”, afirmou o líder do PSOL na Câmara, deputado Glauber Braga (RJ), em nota. Sem foro privilegiado, o pemedebista seria julgado na primeira instância do Judiciário.

Braga lembra que o ministro Gilmar Mendes, do STF, já deu decisões no sentido de suspender a nomeação para o cargo de ministros de Estado, ao julgar mandados de segurança do PSDB e do PPS contra a indicação do expresidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para ministro-chefe da Casa Civil do governo Dilma. “O judiciário tem que buscar a simetria em suas decisões. Se a decisão do STF valeu no passado, o lógico seria Moreira não poder ser nomeado agora”, afirmou Braga na nota.

Delações premiadas

A Secretaria Geral da Presidência da República foi extinta em 2015 pela então presidenta Dilma Rousseff. Agora, o Programa de Parcerias em Investimentos (PPI) seguirá sob a gestão de Moreira, que passa a operar as secretarias de Comunicação e Administração, além do Cerimonial do Palácio do Planalto. 

A medida foi anunciada na mesma semana em que o STF homologou 77 colaborações premiadas de executivos da Odebrecht. Na pré-delação de Cláudio Melo Filho, ex-diretor de Relações Institucionais da empreiteira, o agora ministro Moreira Franco foi citado 34 vezes, acusado de receber propina para defender os interesses da empreiteira, no setor aeroportuário. O documento, vazado para a mídia conservadora, detalha o papel do peemedebista, identificado nas planilhas de pagamento com o codinome “Angorá”. 

“Michel Temer atua de forma muito mais indireta, não sendo seu papel, em regra, pedir contribuições financeiras para o partido, embora isso tenha ocorrido de maneira relevante no ano de 2014, conforme detalharei adiante. Esse papel de ‘arrecadador’ cabe primordialmente a Eliseu Padilha e, em menor escala, a Moreira Franco”, diz o texto.

Padilha

Melo Filho afirma que seu relacionamento com Moreira Franco é antigo, fruto de “parentesco distante”. Um dos temas tratados com “Angorá”, segundo o delator, foi uma “demanda da Odebrecht para que fosse mantido o modelo de concessões de aeroportos, que inibia o monopólio”. Na sequência, descreve uma série de encontros com ele para tratar de favorecimento à empreiteira em contratos no setor aeroportuário. 

Prossegue o delator: “Acredito que há uma interação orquestrada entre ele e Eliseu Padilha para captação de recursos para o seu grupo do PMDB, pois Moreira Franco me solicitou um apoio de contribuição financeira (relatada no Anexo Legislativo n. 4.1), mas transferiu a responsabilidade pelo recebimento do apoio financeiro para Eliseu Padilha”. 

À época, Moreira Franco negou qualquer irregularidade.

– Jamais falei de política ou de recursos para o PMDB com o senhor Claudio Melo Filho – disse. 

Mandado de segurança

Ainda nesta segunda-feira, o PT também ingressou com um mandado de segurança no STF, contra a nomeação de Moreira Franco.

— Em 2016, houve o entendimento de que Lula não poderia assumir a Casa Civil. A nomeação dele seria um abuso de direito. Isso porque o ex-presidente era investigado e citado em algumas gravações. À época, nem sequer era réu. Agora, a situação é bem pior. Temer criou um novo cargo só para livrar o peemedebista. Ele multicitado nas delações, do juízo de Curitiba — afirmou a jornalistas o deputado Wadih Damous (PT-RJ).

Atual titular da Casa Civil, Eliseu Padilha nega que a decisão seja para conferir ao colega foro privilegiado. “Moreira Franco era ministro de fato, agindo como se ministro fosse”, afirmou. Segundo Padilha, o novo posto, com status de ministério, facilita o trânsito do governo Temer no exterior para captar investimentos.

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Source: http://www.correiodobrasil.com.br/concessao-foro-privilegiado-moreira-franco-termina-supremo/

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