A mídia independente será alvo de muitos ataques por parte do atual governo, alerta a jornalista Renata Mielli, coordenadora do FNDC, após a votação que encerrou o período democrático, com a nova edição de um golpe de Estado no país
Por Redação, com Vermelho – de Brasília
Coordenadora geral do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), a jornalista Renata Mielli lembrou, nesta quinta-feira, que desde a noite passada ganha força um novo programa de governo, que começou a se instalar no país desde o afastamento da presidenta Dilma Rousseff. A destituição da presidenta pelo Senado nesta quarta-feira, segundo Mielli, deve servir à unificação radical das forças progressistas e populares e ao fortalecimento da mídia independente.

Coordenadora do FNDC, Renata Mielli alerta para os riscos que significam a implantação de um novo golpe no país
Após a votação no Senado, Renata estava emocionada porém demonstrou muita lucidez na avaliação do momento e no papel do movimento que resiste ao golpe. Segundo ela, a mídia independente será alvo de muitos ataques por parte do atual governo. Ofensiva que vem sendo colocada em prática com a suspensão de verbas publicitárias pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, o que prejudicou muitos veículos que contavam com os recursos acordados.
— Mais do que nunca temos que levantar a cabeça e sair à luta diante de um cenário de adversidade. É preciso fortalecer a mídia independente que tem postura mais autônoma e vai sofrer um ataque brutal — ressaltou Mielli.
Na opinião da jornalista, a saída política para 2018 começa com o que ela definiu de “busca da unidade de forma mais radical entre os setores progressistas e populares”. Segundo afirmou, a saída é a unidade da esquerda com os setores progressistas e democráticos mais amplos da sociedade.
— Os próximos dois anos serão de intensa luta cotidiana. Nós vamos ter que compor um novo amplo arco de alianças progressistas e democráticas para tentar impedir que o projeto neoliberal seja cristalizado por mais quatro anos — afirmou.
De acordo com a coordenadora do FNDC, as forças progressistas precisam tornar claro para a população que o projeto de país é diferente.
— Não conseguimos mostrar para a população que o nosso projeto era diferente. A orientação de antes era para privilegiar os riscos. Por isso não tinha Prouni, Minha casa, Minha Vida, Ciências Sem Fronteiras — acrescentou.
Mielli alerta, ainda, para a nova narrativa da mídia para legitimar o governo do golpe.
— O que começa a ser veiculado é que o atual governo vem para corrigir os desmandos do PT e não que se trata de um outro projeto político que prejudica os mais pobres — concluiu
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