Por Redação, com Reuters – de São Paulo:
O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, tem “prazo de validade” no cargo, onde deve ficar até o final do ano, no máximo início de 2016, segundo duas fontes com conhecimento sobre o assunto ouvidas pela agência de notícia Reuters, e crescem as pressões sobre a presidente Dilma Rousseff para escolher o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles para substituí-lo.
– Não tem nenhum sentido o Levy sair agora… Mas tem prazo de validade – afirmou um parlamentar governista, que pediu anonimato, lembrando que boa parte do pacote fiscal desenhado por Levy ainda está em tramitação no Congresso Nacional.
A pressão sobre a saída de Levy não é nova e vem também da direção do PT, mais precisamente do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do presidente da legenda, Rui Falcão, que apostam em Meirelles como a solução por considerá-lo mais “maleável”, segundo outra fonte.
A ideia é que, pelo seu perfil técnico, mas também político, Meirelles agradaria ao mercado financeiro mas também traria algum alento para os movimentos sociais que sustentam o PT. O ex-presidente do BC poderia negociar melhor no Congresso Nacional, que vive verdadeiro pé de guerra com Dilma, e poupar os programas sociais do governo, com destaque ao Bolsa Família.
Com as contas fiscais em xeque, já há proposta no Congresso de que haja corte de R$ 10 bilhões do Bolsa Família no Orçamento de 2016.
A cúpula do PT e de parte do Executivo está incomodada com o discurso “negativo” de Levy, com o mantra em torno de aumento de impostos e cortes de gastos para resolver a questão fiscal do país.
A presidente Dilma nunca escondeu que não gosta de Meirelles mas, segundo as fontes, estaria sendo convencida de que ele seria a solução para o atual momento, com o país em recessão e inflação na casa dos 10 por cento.
– (A presidente Dilma)já entendeu que não dá, vão-se os anéis e ficam os dedos – afirmou o parlamentar.
– Ela está nas cordas – completou.
Meirelles foi o presidente do BC mais longevo da história do país, tendo permanecido no cargo nos dois mandatos de Lula, de 2003 a 2010.