Dallagnol afirmou a jornalistas, nesta terça-feira, que não compartilhará com Aras os dados da Lava Jato, conforme determinou o PGR, há mais de uma semana.
Por Redação – de São Paulo
Procurador-chefe da Operação Lava Jato, em Curitiba, Deltan Dallagnol resolveu desafiar o procurador-geral da República (PGR), Augusto Aras. Prestes a ser julgado no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) por resumir as acusações contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em um ‘power point’, Dallagnol precisará, agora, responder pela parceria firmada com a Polícia Federal norte-americana, o Federal Bureau of Investigation (FBI, na sigla em inglês), que levou à falência as maiores empreiteiras do país, em favor das concorrentes dos EUA.
Deltan Dallagnol trocou mensagens com agentes do FBI e revelou dados sobre empresas brasileiras aos norte-americanosDallagnol afirmou a jornalistas, nesta terça-feira, que não compartilhará com Aras os dados da Lava Jato, conforme determinou o PGR.
— Quando as informações são sigilosas, há regras para o acesso — disse Dallagnol, por email ao diário conservador paulistano Folha de S. Paulo.
Desafio
O procurador comparou Aras a um banqueiro e, assim, deixou clara sua insubordinação diante do superior hierárquico.
— Do mesmo modo, o chefe da Receita Federal não tem o direito de ver o Imposto de Renda de um certo contribuinte, e o banqueiro não deve acessar os detalhes dos gastos de um correntista, sem justificativa. Quando as informações são sigilosas, há regras para o acesso — desafiou.
Ele estranhou a decisão de Aras, de pedir acesso total à investigação.
— O acesso pela PGR só é legítimo nos termos das leis e decisões judiciais. Foi nesses termos que compartilhamos informações e provas dezenas de vezes nos últimos anos com a PGR e vários órgãos, mas nunca houve um pedido de acesso indiscriminado como agora — concluiu.