A disputa eleitoral no Rio tende ser das mais frias. Crivella, um homem maduro e com uma estrada mais longa no campo da macro política, se sai bem na arte de passar a imagem do bom samaritano
Por Fábio Lau – do Rio de Janeiro
Um debate incapaz de alterar o estado de sono dos eleitores. Os Marcelos Crivella e Freixo protagonizaram um jogo de compadres na noite de sexta-feira, na Band. E como os candidatos largaram no segundo turno em posições diferentes nesta pista de corrida, o senador Crivella, do PRB, ficou melhor na foto. Freixo, seguro e equilibrado, apresentou propostas e tentou demarcar as diferenças entre as duas candidaturas. Mas nada empolgante.
Freixo, no debate com Crivella, preferiu evitar o confronto direto
A disputa eleitoral no Rio tende ser das mais frias. Crivella, um homem maduro e com uma estrada mais longa no campo da macro política, se sai bem na arte de passar a imagem do bom samaritano. Exemplifica ideias e projetos na área da Saúde. Por exemplo, ataca pontualmente o partido derrotado, o PMDB. E tece elogios às propostas do adversário, de modo a desarmá-lo e a sinalizar para a plateia que não quer guerra. Mas apenas cuidar do Rio e das pessoas, conforme gosta de enfatizar.
Debate frouxo
Já Freixo, que tem contra si o peso de representar a esquerda, especialmente neste momento em que o setor tenta se reerguer do massacre dos últimos anos, bate com sutileza nos flancos adversários poupando-o especialmente nos campos em que seria mais vulnerável: a religião e o golpismo que destituiu Dilma Rousseff.
Sem polemizar, o quadro não será alterado. A opção de não enfrentamento adotada por Freixo fará dele unicamente um derrotado elegante em dia 30 de outubro. E sua massa de eleitores esperavam muito mais dele.
O banho morno do debate testemunhado pelo âncora Sérgio Costa, da Band, deve ter levado muito eleitor a questionar porque os dois candidatos não tecem logo acordo onde o derrotado viraria colaborador de fato do outro candidato – tamanha a harmonia e retidão explícitas.
Que a fleuma da campanha resulte em boa gestão a partir de 2017.
Fábio Lau é jornalista, editor do site de notícias Conexão Jornalismo.
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