Por Redação, com Reuters – de Brasília:
O Brasil viu sua desigualdade social reduzir no ano passado, com ligeira melhora na renda da população, mas a taxa de desemprego subiu ao maior nível em cinco anos, segundo a Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílio (Pnad) de 2014 divulgada nesta sexta-feira.
O índice de Gini, métrica internacional para medir a desigualdade, baixou de 0,495 para 0,490 entre 2013 e 2014, com base no rendimento do trabalho, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Quanto menor o indicador, menor a desigualdade.
Segundo o IBGE, o aumento na renda foi mais intenso nas camadas mais pobres da população, o que favoreceu a pequena redução na desigualdade social.
– O Gini vem mantendo, dessa forma, a tendência de redução observada na década passada – resumiu a economista do IBGE Maria Lucia Vieira.
O rendimento médio do trabalho dos brasileiros ocupados com 15 anos de idade ou mais cresceu 0,8% entre 2013 e 2014, passando a R$ 1.774,00.
Mas a economista ressaltou que “os incrementos ano a ano vem perdendo força no país”, lembrando que a renda havia avançado 5,5 e 3,9% em 2013 e 2012, respectivamente.
A região Nordeste foi a que apresentou a mais forte redução no Gini entre 2013 e 2014: 4,4%, a 0,501. Na região Sudeste, a mais rica do Brasil, o índice que mede a desigualdade avançou 0,7%, ao passar a 0,478.
A Pnad também mostrou que a taxa de desemprego no país atingiu 6,9% em 2014, maior nível desde 2009 (8,3%), ao mostrar os primeiros sinais da deterioração do mercado de trabalho que se intensificaram em 2015 com a fragilidade da economia.
A elevação foi resultado da combinação de baixa geração de postos de trabalho e aumento mais intenso na procura por vagas. A população ocupada no país em 2014 cresceu 2,9% ante 2013, ao passo que o contingente de desocupados avançou 9,3%.
– A taxa de desemprego aumentou em 2014 não em função da redução nos ocupados, mas por conta dos que saíram da inatividade e pressionaram o mercado de trabalho – afirmou Maria Lúcia.
A Pnad Continua, pesquisa sobre mercado de trabalho com abrangência nacional, fechou o trimestre encerrado em agosto com taxa de desemprego em 8,7%, a mais elevada da série iniciada em 2012.