Frente Brasil Popular mobiliza eleitores contrários ao golpe de Estado, em curso, e realiza manifestações pela volta de Dilma ao Planalto
Por Redação – de Brasília e São Paulo
A presidenta Dilma Rousseff viajou a São Paulo nesta terça-feira para participa de ato organizado por movimentos sociais em defesa da democracia e contra a retirada de direitos sociais pelo governo do presidente de facto, Michel Temer. O ato foi convocado pela Frente Brasil Popular (FBP) e reúne diversos movimentos sociais, sindicais e lideranças da sociedade civil, na Casa de Portugal, Centro de São Paulo.

Dilma Rousseff também chamou o processo do impeachment a que responde de golpe e afirmou que lutará até o fim por seu mandato
“Essa semana é decisiva para a classe trabalhadora e para os brasileiros e as brasileiras que mais necessitam de políticas públicas para ter uma vida digna. O Senado deve começar a votação final do impeachment, golpe de Estado contra o mandato da presidenta Dilma Rousseff, conquistado de forma legítima nas urnas, no próximo dia 25. Dilma corre o risco de perder o mandato sem ter cometido nenhum crime de responsabilidade – um atentado contra a democracia e contra o povo brasileiro”, afirmam os organizadores.
Ainda segundo a nota convocatória, “o objetivo dos golpistas é claro: querem tirar direitos trabalhistas e sociais, reduzir ou extinguir programas como o Minha Casa, Minha Vida, ProUni, Ciências sem Fronteiras; reduzir o valor dos benefícios e aumentar a idade mínima para aposentadoria; aprovar medidas de redução drástica de gastos com saúde e educação; ampliar a terceirização que mutila e mata e acabar com a CLT”.
Este é apenas o primeiro de uma série de atos públicos nesses dias que antecedem o julgamento final do processo de impeachment, no Senado. No próximo dia 29, dia da votação final e quando Dilma deverá apresentar sua defesa na Casa, haverá uma grande mobilização no país e especialmente em Brasília, organizada pela CUT. Os movimentos também não descartam a realização de uma greve geral contra o golpe. Nesta quarta-feira, Dilma participa de um ato com agenda semelhante, convocado pela Frente Brasil Popular, no Teatro do Bancários, em Brasília, no final da tarde.
A guerra dos votos
A apenas três dias do início do julgamento final da presidenta Dilma Rousseff, embora o processo em curso no Senado não tenha apontado qualquer crime de responsabilidade e que, portanto, segue com o golpe parlamentar denunciado pela imprensa mundial, o interino Michel Temer não tem certeza absoluta se já conquistou os 54 votos votos necessários, em Plenário, para se manter no Palácio do Planalto.
Segundo levantamento de um diário conservador paulistano junto aos senadores, Temer garante apenas 48 votos, ainda que seus aliados falem em até 63. A presidenta Dilma Rousseff também não sabe se poderá contar com mais do que os 19 senadores que lhe garantem o apoio.
Alguns senadores temem ficar rotulados como golpistas e também votar contra seus próprios eleitores, uma vez que, segundo pesquisa do Instituto Vox Populi, 79% dos brasileiros defendem a saída imediata de Temer, seja para a volta de Dilma, seja para a realização de novas eleições. De acordo com o Instituto, 61% querem eleições e 18% defendem que Dilma fique até o fim.
Dilma já declarou que, após a derrota do impeachment, pretende convocar novas eleições, como querem 79% dos brasileiros.
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