Decisão foi anunciada na manhã desta quarta-feira por outros três signatários do documento, inédito na história dos países em regimes democráticos

Por Redação – de Brasília

Com poucas esperanças de barrar o golpe em curso no país, com apoio parlamentar, jurídico e midiático, o PT cogita levar o caso à Organização dos Estados Americanos (OEA). Parlamentares destacados para a tarefa vão levar uma carta na qual expõem um detalhado relato da situação política no país e as razões injustificáveis elaboradas para garantir o impeachment. Dilma assinará o documento, como vítima do processo.

Wadih Damous foi presidente da OAB do Estado do Rio de Janeiro

A notícia foi anunciada na manhã desta quarta-feira por outros três signatários do documento, inédito na história dos países em regimes democráticos. São eles os deputados Paulo Teixeira (PT-SP), Paulo Pimenta (PT-RS) e Wadih Damous (PT-RJ). Há meses, em pronunciamento na ONU, Dilma chegou a cogitar fazer pronunciamento onde denunciaria o golpe em curso no país. No entanto, em cima da hora, foi orientada a não falar. Este ano, Dilma recebeu a visita e a solidariedade do secretário-geral da OEA. o uruguaio Luis Almagro, que condenou o impeachment.

OEA apoia democracia

Declarações recentes de parlamentares alegando reconhecer a inocência de Dilma, mas ao mesmo tempo sustentando a intenção de aprovar o impeachment servirão de provas para sustentar a defesa da presidenta.

— Todos sabem que há um movimento no país, movido pela extrema direita e aliada a interesses estrangeiros, que tenta viabilizar no poder o grupo de Michel Temer que está encarregado de vender empresas e entregar riquezas a grupos internacionais — afirmou Damous.

Na esfera política, os parlamentares reafirmam que a presidenta não responde a processo criminal e que não há lei anterior que defina como crime a conduta dela nos casos da “pedalada’.

— Foi identificada uma série de situações na Câmara, Senado e Supremo em desacordo com protocolos internacionais dos quais o Brasil é signatário. São violações graves — argumentou Pimenta.

Para justificar o pedido de ajuda a um organismo internacional, eles vão dizer também que o Judiciário brasileiro lavou as mãos sobre o caso, eximindo-se de decidir sobre requerimentos apresentados pela defesa de Dilma para não se imiscuir em assuntos do legislativo brasileiro, que julga a presidente.

— O Supremo Tribunal Federal (STF) se calou diante do assunto”, afirma um parlamentar que participou da discussão sobre a elaboração do documento — conclui Teixeira.

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