Na manhã desta quinta-feira, quando andava pela rua, às 8h, vestindo vermelho, Dilma foi parada por um fã, que lhe pediu para posar ao seu lado para uma foto. Em seus perfis, nas redes sociais, Dilma tem divulgado como vai a vida pós-impeachment

Por Redação – do Rio de Janeiro

A presidenta deposta Dilma Rousseff se transformou em uma celebridade por onde passa, em Ipanema, onde mora com a mãe, Dilma Jane da Silva. Nas ruas do icônico bairro carioca, Dilma tomou gosto pelas caminhadas à beira-mar. Ela tem sido vista perto do Arpoador, onde costuma ir ao supermercado e aceitar pedidos de ‘selfie’ dos fãs. Os paparazzi também passaram a segui-la e a publicar fotos nas revistas de celebridades.

Na manhã desta quinta-feira, quando andava pela rua, às 8h, vestindo vermelho, foi parada por um fã, que lhe pediu para posar ao seu lado para uma foto. Em seus perfis, nas redes sociais, Dilma tem divulgado como vai a vida pós-impeachment. Agora, aparece em postagens que revelam uma vida comum após a ação que a retirou do poder, em agosto deste ano.

#ForaTemer

Em uma das notas publicadas, ela divulga um vídeo, com a legenda: “Dilma discursa contra a ‘desconstrução do Estado Democrático de Direito’. Referia-se a um ato na Faculdade Nacional de Direito, da UFRJ. O filme tem cerca de 45 minutos, no qual faz uma explanação sobre a conjuntura política brasileira.

Outra foto mostra Dilma fazendo compras em um supermercado, na Zona Sul do Rio. A publicação diz: “Fazendo umas comprinhas, horrível, tudo caríssimo… #ForaTemer“

Ainda nesta quinta-feira, o cineasta norte-americano Oliver Stone, em entrevista a jornalistas britânicos, faz um longo elogio à presidenta cassada. Ele diz acreditar que o impeachment de Dilma Rousseff cria um “precedente perigoso” para o futuro do Brasil.

— Quando há um golpe político como o que houve no Brasil, por uma questão relativamente menor, você não colhe nenhum benefício. Logo que você abre esse precedente e retrocede a um tipo de pensamento político totalmente diferente, você cria um precedente perigoso para o futuro — afirmou.

Stone também conversou com a rede britânica de TV BBC durante o Festival de Cinema de Zurique, onde promoveu seu último filme. Snowden ─ Herói ou Traidor , estreia no Brasil no mês que vem.

No longa, o diretor recria o momento em que o ex-funcionário da Agência Nacional de Segurança Americana (NSA, na sigla em inglês) se apresenta aos repórteres do jornal britânico The Guardian em Hong Kong, na China, e revela detalhes da espionagem utilizada pelo governo norte-americano.

Espionagem

O filme dramatiza também a história de como o norte-americano, anteriormente um republicano patriota que se alistou para lutar na guerra do Iraque, se voltou contra o governo. Edward Snowden é vivido pelo ator Joseph Gordon-Levitt.

Snowden revelou a espionagem da NSA no Brasil, onde grampeou os telefones de autoridades e políticos. Dilma estava entre eles. As revelações, em 2012, deixaram exposta a espionagem que a NSA fez em emails e telefonemas de Dilma Rousseff. O fato causou mal-estar diplomático entre o Brasil e EUA, na época. Dilma chegou a cancelar uma visita de Estado que faria aos EUA naquele ano. Stone confessa não se surpreender se a queda dela estiver ligada à agência.

— Snowden mostrou como o governo norte-americano pode ser perigoso sendo seu aliado. Eles se declararam aliados do Brasil, mas têm vigiado a Petrobras e participaram de espionagem industrial pelo mundo. A Petrobras é uma companhia gigantesca e o governo norte-americano está muito interessado — disse.

Política

Sobre o impeachment, o cineasta criticou as classes dominantes no Brasil.

— Há uma certa classe que vive no Brasil que continua a mesma, arrogante. Eles acham que são donos do mundo e que têm o direito de fazer o que quiserem com o povo, ou que o povo não sabe nada. No Brasil, Lula foi bem sucedido e popular. Eu conheci a Dilma e gostei muito dela, mas não sou um especialista em assuntos brasileiros. Aparentemente ela não foi uma boa presidenta — afirmou.

Mas deixa a ressalva:

— Não foi boa em fazer política.

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