Na segunda-feira, o dólar cedeu 0,44% e fechou a R$ 3,2025, na expectativa de que o governo conseguiria aprovar a PEC do teto dos gastos em primeiro turno pela Câmara. O que acabou acontecendo durante a madrugada desta terça-feira

Por Redação – de São Paulo

O dólar operava em alta ante o real nesta terça-feira, em sintonia com o comportamento da moeda no exterior e em meio a ação de importadores que aproveitavam o preço atrativo para fazer compras. Às 10h30, o dólar avançava 0,15%, a R$ 3,2073 na venda. O dólar futuro registrava ligeira alta de 0,06% nesta manhã. Na mínima, a moeda registrou R$ 3,2051 e, na máxima, R$ 3,2273.

— O dólar já tinha precificado a aprovação da PEC do teto dos gastos. Mesmo o placar favorável, tanto que a moeda cedeu ao nível de R$ 3,20. Isso ficou próximo do nível que o mercado denomina como piso virtual. E isso está atraindo importadores nesse começo de sessão — comentou o diretor da Correparti Corretora, Ricardo Gomes da Silva.

O dólar futuro caía na abertura do pregão desta segunda-feira, apesar da intervenção do BC

Na segunda-feira, a moeda norte-americana cedeu 0,44% e fechou a R$ 3,2025. Caiu na expectativa de que o governo conseguiria aprovar a PEC do teto dos gastos em primeiro turno pela Câmara. O que acabou acontecendo durante a madrugada desta terça-feira. A votação em segundo turno deve acontecer no próximo dia 24.

— A moeda sobe porque o mercado está respeitando o piso criado pelo próprio mercado. Além disso, a moeda também avança no exterior e o petróleo recua, servindo de referência para o dólar no Brasil — destacou Silva.

Petróleo

O preço do barril do petróleo cedia nesta manhã. Seguia em meio à preocupações de que o corte da produção pelos maiores exportadores do mundo pode não ser suficiente para reduzir um quadro de oferta excedente global, que já dura dois anos. A alta do dólar no exterior era patrocinada pela elevação das apostas para o aumento dos juros nos EUA. Isso antes do final do ano, sobretudo depois da percepção de que Hillary Clinton venceu o debate contra Donald Trump.

Nesta manhã, operadores precificavam 70% de chance de um aumento da taxa de juros no encontro de dezembro do Federal Reserve, banco central dos EUA, ante 66% na sexta-feira, segundo o FedWatch do CME Group. O mercado trabalha ainda na expectativa pela divulgação da ata do último encontro do Fed, na quarta-feira.

O Banco Central vendeu nesta terça-feira todo o lote de 5 mil contratos de swap cambial reverso –equivalente à compra futura de moeda.

Preços

Ainda nesta manhã, os preços do varejo e dos produtos agropecuários no atacado recuaram. O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) apresentou variação negativa de 0,01% na primeira quadrissemana de outubro. No mesmo período de apuração do mês anterior, apresentou acréscimo de 0,38%.

Ainda nesta terça-feira, a Fundação Getulio Vargas (FGV) divulgou o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA). O estudo mede a variação dos preços no atacado e responde por 60% do índice geral. Nesta terça-feira, o IPA apresentou estabilidade no período, contra avanço de 0,51% na primeira prévia de setembro. Os produtos agropecuários no IPA tiveram queda de 1,33% na primeira prévia de outubro, após alta de 0,34% no mês anterior.

Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que tem peso de 30% no índice geral, mostrou que os preços no varejo recuaram 0,08%. O movimento ocorreu após variação positiva de 0,08% no período anterior. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), por sua vez, registrou alta de 0,04% na primeira prévia de outubro Após avanço de 0,23% no mês anterior.

O IGP-M é utilizado como referência para a correção de valores de contratos, como os de energia elétrica e aluguel de imóveis. A primeira prévia do IGP-M calculou as variações de preços no período entre os dias 21 e 30 do mês de setembro.

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