Por Redação, com Sputnik Brasil – de Beirute:
O Estado Islâmico reforçou a sua presença na cidade líbia de Sirte. Se na cidade havia cerca de 200 islamistas no início do ano em curso, agora eles já rondam os 5 mil, inclusive administradores e financiadores.
Esta base é a primeira a ser estabelecida fora da Síria e do Iraque, aproximando os terroristas ainda mais da Europa.
Segundo o jornal norte-americano The Wall Street Journal, parece que o grupo terrorista encontrou uma nova base para “obter lucro do petróleo e planejar ataques terroristas”. Estas estimativas se baseiam em dados da inteligência líbia e informações de habitantes locais.

Aparentemente, o grupo de militantes expandiu o seu pessoal e intensificou as suas atividades na cidade de Sirte, no litoral mediterrâneo, desde fevereiro de 2015 quando, pela primeira vez, anunciou a sua presença na área. A nova base está praticamente em frente a Itália, do outro lado do mar Mediterrâneo.
Sirte é um portão para algumas jazidas de petróleo e refinarias que ficam no mesmo litoral. O jornal destaca que, no ano passado, o Estado Islâmico já alvejou aquelas instalações petrolíferas.
– Eles já anunciaram as suas intenções – diz o jornal citando Ismail Shoukry, chefe da inteligência militar da região que inclui a cidade de Sirte, “Querem combater até Roma”.
O grupo já anunciou os seus planos de recrutar militantes estrangeiros e apelam a viajar para a Líbia ao invés da Síria. Segundo os habitantes locais e militares líbios, houve um grande fluxo de militantes estrangeiros e de suas famílias nas últimas semanas.
– Sirte não será menos que Raqqa – são palavras frequentemente repetidas pelos líderes do Estado Islâmico durante emissões de rádio e sermões, cita o jornal alguns habitantes locais. Raqqa é a capital autoproclamada dos terroristas na Síria.
Cerca de 85% da produção de crude líbio em 2014 foi vendido à Europa. A Itália foi o maior cliente. Para além disso, metade de gás natural produzido pelo Estado Islâmico na Líbia é exportada para a Itália.
– O controle do Estado Islâmico sobre esta região levará a problemas econômicos – disse o líder da operação líbia, “especialmente para a Itália e o resto da Europa”.
Os extremistas já apelaram aos voluntários que são capazes de fazer com que as instalações petrolíferas comecem a funcionar.
De acordo com o jornal The New York Times, mais de 150 km do litoral líbio estão sob o controle do Estado Islâmico. Na opinião da inteligência ocidental, os terroristas podem usar Sirte como base reserva se forem expulsos da Síria e do Iraque.
Parece que os militantes conseguiram usar as divisões internas na Líbia nos seus interesses. Há que lembrar que o país tem dois governos que estão envolvidos em um combate violento pelo poder e não contra o terrorismo.
Forças sirias
As Forças Armadas da Síria conseguiram rechaçar um assalto em grande escala efetuado por militantes do Estado Islâmico contra a base aérea de Deir ez-Zor e, na contraofensiva, liquidaram um significativo número de terroristas.
Uma ofensiva de grande escala de militantes do Estado Islâmico para penetrar as linhas defensivas do exército sírio perto da base de Deir ez-Zor foi rechaçada, diz a FARS News alegando uma fonte informada sobre a situação.
Os jihadistas recuaram, deixando muitos mortos e feridos. Depois de as tropas governamentais lançarem um contra-ataque, os terroristas abandonaram o campo de batalha.
No último sábado o exército sírio foi engajado em violentos confrontos com militantes do EI na província de Deir ez-Zor.
As fontes declaram que um grande número de militantes do EI foi morto ou ferido pelas tropas governamentais da Síria nos bairros de al-Huweika e Jebila da cidade de Deir ez-Zor.
Ao todo na Síria há 15 aeródromos militares e bases aéreas, segundo a RIA Novosti. A base aérea de Deir ez-Zor está agora nas mãos do exército da Síria após ter permanecido sob assédio de militantes por três anos. A cidade de Deir ez-Zor é o centro da província homónima, que fica no extremo leste da Síria, nas margens do rio Eufrates.
O grupo terrorista Estado Islâmico, anteriormente designado por Estado Islâmico do Iraque e do Levante, foi criado e, inicialmente, operava principalmente na Síria, onde seus militantes combatem contra as forças do governo. Posteriormente, aproveitando o descontentamento dos sunitas iraquianos com as políticas de Bagdá, o Estado Islâmico lançou um ataque maciço em províncias do norte e noroeste do Iraque e ocupou um vasto território. No final de junho de 2014, o grupo anunciou a criação de um “califado islâmico” nos territórios sob seu controle no Iraque e na Síria.